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Dia dos Pais deve movimentar R$ 1,71 bilhão em Belo Horizonte

As vendas devem crescer 1,55% em relação ao ano passado / Foto: Freepik.com

De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), as vendas em torno do Dia dos Pais devem crescer 1,55% em relação ao mesmo período do ano passado. A data deve injetar R$ 1,71 bilhão na economia da capital mineira, o maior valor desde 2019, quando o resultado foi de R$ 1,81 bilhão.

Ainda segundo o estudo, 31,9% dos lojistas pressupõem que a movimentação em torno da data será igual a do ano passado e 19,9% acham que será pior. Em relação aos gastos dos consumidores com presentes, 28,9% dos comerciantes acreditam que irão aumentar em comparação a 2022. Para 48,2% o investimento deve ser igual ao do último ano e 22,9% acham que os clientes irão diminuir o valor.

O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, diz que a primeira data comemorativa do segundo semestre está sendo avaliada com otimismo pelos lojistas da capital. “A prova é que 47,8% dos comerciantes entrevistados esperam crescimento nas vendas e 34,2% afirmaram que aumentaram o estoque para atender a demanda”.

O economista Gelton Pinto Coelho explica que o crescimento da expectativa das vendas está relacionado a um sentimento de melhora na vida da população. “Com a redução do preço de alguns segmentos, como o de alimentação, combustíveis e até mesmo da passagem de ônibus na capital, que voltou à R$ 4,50, surge a possibilidade de mais encontros, deslocamentos e, necessariamente, mais recursos circulando pela cidade. A aprovação da reforma tributária, somada à possibilidade de renegociação financeira, pode liberar crédito a quem estava apertado. E programas como o ‘Desenrola’, podem gerar a redução do endividamento e maior disponibilidade financeira para a compra de bens e serviços”.

O economista afirma ainda que as datas comemorativas e eventos em geral têm uma capacidade de transferência de renda e circulação da moeda que a maioria das pessoas não percebe. “Desde a saída de casa, usando transporte público ou particular, já se inicia um movimento que passa pela decisão do presente, da loja e do sentimento envolvido. Se a escolha for de um bar ou restaurante para o encontro, melhor para a economia, pois serão mais indivíduos envolvidos e remunerados no processo. É um segmento fundamental para a cidade e para o país”.

A pesquisa apontou também que 70,4% dos entrevistados esperam que cada consumidor compre um presente. O tíquete médio deverá ser de R$ 175,37, um crescimento de 2,6% em comparação ao último ano. “À medida que o endividamento da população cair, houver melhor remuneração e queda da inflação, mais recursos estarão disponíveis para o consumo. A partir da implementação da reforma tributária observamos mais compras pela consequente baixa nos preços dos produtos. Tudo vai depender do Banco Central, que hoje é o grande entrave ao desenvolvimento da economia nacional”, explica.

Segundo Coelho, a melhora das vendas sempre tem um reflexo positivo. “Ela movimenta a produção, transportes e aquisições. A cada troca, a cada venda, mais pessoas empregadas e maior possibilidade de crescimento do Brasil. É muito importante darmos as condições para que o setor produtivo atue. Nos últimos anos, o rentismo foi muito beneficiado, tirando dinheiro da população e acumulando nas mãos de poucos. Dinheiro parado não gera emprego e renda. Quem paga impostos e faz o país girar são os comerciantes, os trabalhadores e a população em geral”.