O advento das redes sociais perante a população mundial foi a grande espiral de conhecimento e, naturalmente, a descoberta deste século, delineando um novo caminho capaz de levar a humanidade a horizontes até então inimagináveis. Para além deste fato, é imperativo reconhecer a importância de se preservar valores éticos, inclusive o respeito do cidadão para com o próximo. Hoje, é cada vez mais evidente a formação de verdadeiros “guetos eletrônicos” na internet, possibilitando uma superconcentração de poder nas mãos de uma parcela minúscula de indivíduos, sobretudo empresários dos países desenvolvidos e que tem como objetivo dominar tudo, o que é inconcebível sob todos os aspectos.
No passado histórico, a religião contribuía para a manutenção da ordem a partir do enquadramento dos cristãos na convivência humana, tendo como princípio o uso e o costume. Hoje, quem almeja estabelecer parâmetros e ditar o cotidiano são as redes sociais, presentes na vida de todas as pessoas.
Inclusive, esse cenário que se desenha a cada dia tenta diminuir a relevância da imprensa, que continua sendo uma artéria indutora das narrativas em favor da massa populacional. Ao observar o tema por um ângulo mais profundo, é possível reconhecer que a mídia é tida como braço forte na sociedade e que colabora para a permanência da democracia em todos os continentes.
Atualmente, as redes sociais têm servido de canal de comunicação interpessoal. Contudo, esse espaço cibernético serve, concomitantemente, de abertura para disseminação de ideais e conceitos individuais, notícias falsas, etc, ao invés dos pensamentos coletivos e da checagem de dados, algo tão comum no fazer jornalístico. Assim, a preservação da imprensa livre, democrática e sem compromissos com alianças radicais, se constitui como uma luz no fim do túnel.
Ao conceder entrevista ao Edição do Brasil, na semana passada, a presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), Alessandra Mello, repercutiu a informação da Sociedade Interamericana da Imprensa, indicando que o Brasil está entre as nações com maiores retrocessos no que diz respeito à liberdade de imprensa. “Um dos principais fatores para isso é a agressão contra jornalistas e comunicadores, sem que nenhuma autoridade faça nada. Foi feito um trabalho exitoso de descredibilizar a imprensa. Contudo, acredito que a pandemia melhorou um pouco isso, pois foi nessa hora que as pessoas compreenderam a relevância do nosso papel. Isso aumentou a credibilidade”, disse.
Ainda de acordo com Alessandra, para que a imprensa seja valorizada, é preciso coibir a violência contra os meios de comunicação e profissionais da área em geral. “As autoridades brasileiras estão devendo, não só a nós, jornalistas, mas a sociedade como um todo. É preciso que se tome providências, que haja investigação e punição, a fim de que doa no bolso dos responsáveis pelos ataques”.
Mesmo desconfiando que a desvalorização da mídia tem ligação com uma orquestração de poderosos, é sempre bom ressaltar que os veículos tradicionais prezam pelos seus próprios nomes ao adotarem um jornalismo isento e profissional, não permitindo, em hipótese alguma, a propagação de informações inverídicas.