Quem mora em Belo Horizonte há mais tempo se recorda do edifício de 25 andares, localizado na Praça Sete, Centro, onde, por muitos anos foi ocupado pelo Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). No entanto, há cerca de 3 décadas, a instituição financeira foi extinta e o espaço passou a abrigar entidades do governo do Estado. Contudo, na administração do governador Aécio Neves, houve a implementação da Cidade Administrativa, quando todos os órgãos oficiais passaram a funcionar na nova sede oficial. E, com isso, o prédio ficou sem muita utilidade.
Com o intuito de não deixar tudo acabar em abandono, o próprio poder público formou parcerias para implementar o Projeto P7 Criativo, instalando muitas startups no local. Mas, por enquanto, isso não passa de sonho. É claro que a pandemia atrasou o processo devido ao adiamento das obras de reformas.
O empresário Tadeu Muchielli, fundador de uma empresa de arte e tecnologia, que participava do Projeto P7 Criativo, disse que o programa inicial previa a incubação e aceleração das empresas criativas, mas isso não aconteceu conforme o planejado. Muchielli, após a paralisação, abandonou Minas e agora atua no Rio de Janeiro.
Em 2021, a governança passou da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), porém o investimento para reestruturação do espaço, até o momento, ficou em R$ 56,2 milhões, cabendo à própria Codemge o valor de R$ 48 milhões, R$ 6 milhões vindos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 2,2 milhões do Banco Itaú. Lembrando que esse montante se refere, exclusivamente, a reforma do local.
Questionado pela imprensa sobre o futuro do empreendimento, o presidente da Codemge, Thiago Coelho Toscano, disse que o mercado das startups é muito fluído. “Quando uma empresa não se interessa pelo Projeto P7 Criativo, outra rapidamente entra no lugar, até porque, sinaliza a onda de companhias que adotaram o home office no período da crise sanitária. Isso não impacta negativamente nas estações de trabalho, por conta da necessidade de algumas equipes que seguem atuando presencialmente”.
O prédio que foi construído na década de 1950 e conta com a assinatura do arquiteto Oscar Niemeyer, para voltar a ter importância de antigamente, vai depender da retomada plena da economia. Caso contrário, espaços vazios irão fazer cada vez mais parte do cenário das grandes cidades nos próximos meses.