A quantidade de empresas registradas no estado cresceu 32,38% em 2021. Os dados são da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), que mostram ainda que 74.185 negócios foram formalizados, número superior às 56.040 constituições de 2020. Julho foi o mês que apresentou melhores índices: 7.106 formalizações e crescimento de 38,5% em relação ao mesmo mês de 2020. Na sequência, agosto e março tiveram os melhores resultados, respectivamente, com 7.017 e 6.956 empreendimentos abertos. Por segmento, o setor de serviços apresentou a maior taxa de crescimento, foram 50.750 formalizações, 35,9% a mais no comparativo a 2020, ano em que 37.336 empreendimentos foram abertos. O comércio e a indústria também cresceram entre os períodos comparados. No ano passado, foram registradas 19.929 lojas e 4.611 indústrias, enquanto, em 2020, foram 15.290 constituições no setor de comércio e 3.526 no industrial.
Para o diretor de Integração, Negócios e Tecnologia da Jucemg, Henrique da Costa, o aumento do número de abertura de empresas em Minas Gerais, no ano passado, pode ser atribuído à retomada econômica, vacina e a melhora nos índices da pandemia no segundo semestre.
Dentre os fatores que melhoraram o ambiente de negócios em 2021 e que podem ter estimulado esse avanço, ele destaca ações realizadas pela Jucemg e pelo governo de Minas. “Um exemplo é a dispensa de quaisquer atos públicos para as atividades econômicas classificadas como baixo risco, conforme a Lei da Liberdade Econômica. Em Minas, são 701 atividades isentas, o que faz com que o estado ocupe o primeiro lugar no ranking nacional, além de retirar barreiras burocráticas para se empreender”.
O diretor também acrescenta que houve um avanço de 305 para 371 municípios integrados à Jucemg em 2021. “Isso reduziu etapas e redundâncias no processo de abertura, alteração e baixa de empresas. Em parceria com as prefeituras e com o Sebrae avançamos na implantação de 54 novas Salas Mineiras do Empreendedor, local de acolhimento, orientação e prestação de serviços aos empresários”.
Outro destaque, segundo Costa, é que o processo de abertura de companhias, além de ser digital, ficou mais rápido. “Diminuímos em quase 50% o tempo para registro de um empreendimento se compararmos 2020 com 2021, de acordo com o Mapa de Empresas do Governo Federal. Reforçando o estudo feito pelo Banco Mundial no Doing Business Subnacional Brasil 2021, que apontou Minas Gerais como o estado mais rápido para abrir empresas no Brasil”.
Por que formalizar?
O economista Mathias Naganuma explica que ao formalizar uma empresa, o empreendedor regulariza seu negócio mediante os órgãos oficiais. “Ela é necessária tanto para usufruir de diversos benefícios proporcionados a uma pessoa jurídica, bem como para sair da informalidade, principalmente, quando se tem empregados, evitando eventuais reclamações trabalhistas”.
O especialista lista uma série de vantagens que uma empresa formalizada recebe. “Acesso a crédito, aquisição de produtos e serviços em condições especiais, possibilidade de participar de licitações, direito a benefícios previdenciários e a chance de realizar mais negócios, tendo em vista que a maioria das companhias exige emissão de Nota Fiscal para compra de produtos ou contratação de prestação de serviços”.
A empresária Nely Vittodi decidiu formalizar seu negócio, uma empresa de marmitex fitness. Ela explica que, com a pandemia, precisou contratar mais duas pessoas, pois a demanda de pedidos cresceu. “E isso me fez pensar em formalizar, afinal, precisava assinar a carteira das funcionárias. Depois que regularizei tudo, me deparei com uma série de benefícios. Até o momento, já contratei plano de saúde e dental para nós três. É muito satisfatório saber que estou conseguindo dar um conforto maior para elas”.
Naganuma conclui dizendo que a formalização de uma empresa deve se dar a partir de um planejamento estratégico do negócio. “Este deve ser realizado de forma elaborada, levando em consideração o investimento a ser empregado, o tempo de retorno, pesquisa de mercado, oportunidades, ameaças, assim como possuir um fluxo de caixa que permita ‘dar fôlego’ para o empreendimento em seu primeiro ano de vida. O maior número de empresas que encerram seus negócios ocorre nos primeiros 2 anos, justamente por falta de planejamento prévio”.