O funcionário público Hebert Gomes possui dinheiro aplicado em sua conta poupança. Após terminar o curso de graduação, ele decidiu juntar para futuras emergências e realizar o sonho de comprar a casa própria.
Interessado sobre o assunto, Gomes procurou na internet algumas matérias sobre investimentos e deparou-se com um fato que já imaginava: a poupança é a aplicação que menos rende se comparada com as demais. Então, ele resolveu ir ao banco onde tem conta e pedir um conselho do gerente para saber onde deveria investir o seu dinheiro com segurança. No entanto, o retorno não foi o esperado. “O atendente era muito despreparado para falar sobre investimentos. Ele não conseguiu responder as minhas perguntas e, por isso, resolvi não arriscar”.
O comerciante Walter Burjaily também não se sente seguro em tirar as suas economias da poupança. Ele conta que junta dinheiro desde os 18 anos, quando conseguiu o seu primeiro emprego. “Nesta época, eu guardava pouco, pois recebia menos, mas, atualmente, consigo economizar aproximadamente R$ 500 por mês”.
Além disso, ele diz que o dinheiro é uma forma de garantir uma boa velhice. “Acho que o investimento na Previdência não compensa. Paga-se muito durante vários anos e recebe o retorno por pouco tempo. E com essas novas regras, acredito que vai piorar”.
Burjaily destaca que a gerente responsável pela sua conta já o instruiu a investir parte do que tem em sua poupança, mas o comerciante sente medo de emergências que possam surgir. “Mantenho o meu dinheiro na poupança, porque acho que é mais seguro. Com esta economia instável, não me sinto confortável em investir a longo prazo”.
O professor e economista Igor Leon diz que a insegurança em investir em outras cartelas de crédito é comum aos brasileiros, pois falta divulgação do tema, tanto por parte dos bancos quanto da imprensa. “Aconselho que quem quer investir leia mais na internet e procure um bom corretor para dar dicas”.
Onde investir?
Leon explica o investimento pode, ou não, acarretar riscos. A poupança, renda fixa e compra de título públicos estão na primeira categoria; já as aplicações no mercado financeiro, por meio da Bolsa de Valores, enquadram-se no segundo quesito.
Para quem quer investir com segurança e sem risco de perder dinheiro, o economista recomenda os primeiros tipos. Segundo ele, a menos recomendada para se deixar as economias é na poupança, devido ao seu baixo rendimento. “A mais interessante, sem dúvidas, é a compra de títulos do governo, pois ela é remunerada de acordo com a taxa Selic que, atualmente, está 12,25%.”
Já quem prefere arriscar e investir na Bovespa, Leon aconselha acompanhar o mercado de perto para se ter uma visão global das movimentações financeiras. Caso o investidor não tenha essa experiência, o melhor é procurar uma corretora. “A pessoa terá que pagar um percentual para quem o orientou, mas evita perder muito dinheiro”.