Daqui a 60 dias, a temperatura no Brasil começa a declinar por conta da aproximação da mudança de estação, o que traz uma preocupação a mais para as autoridades do segmento de saúde pública brasileira. Neste período, com grande densidade da massa polar indutora de ar mais frio, existe a possibilidade de aumento das contaminações por doenças pulmonares, como a gripe, atenuadas ao longo de décadas pelo serviço de vacinação coordenado pelo governo federal, sobretudo no tangente à imunização de pessoas acima dos 65 anos, enquanto o produto também é ofertado nas clínicas especializadas, particulares, para atender toda a população interessada em se proteger contra o germe transmissor da patologia.
Este ano, com certeza, a pandemia é um complicador para que a ciência, sem perder de vista a vacinação contra a gripe comum, possa ofertar também a defesa para minimizar os pacientes em relação à famigerada COVID-19, vírus que vem acabrunhando a população do planeta durante longos 11 meses. Em verdade, e por orientação da comunidade sanitária, houve uma orientação no decorrer de 2020 para adiar muitos procedimentos, como cirurgias eletivas e tratamentos de menor importância, com o objetivo de evitar aglomerações nas unidades hospitalares, locais onde o risco de contaminação pelo coronavírus é maior.
No entanto, observa-se que as recomendações profissionais em postergar os procedimentos médicos carecem de uma revisão. Citemos, por exemplo, as informações da própria ciência, pontuando os inúmeros casos de demais patologias graves, elevando a estatística e a quantidade enorme de pacientes e também de óbitos. Enquanto se alardeia demais sobre a COVID-19, diversas pessoas são acometidas pelo câncer de pele, uma das enfermidades avassaladora de vidas humanas.
De acordo com um levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, o câncer de pele é o mais frequente no mundo, sendo que apenas no Brasil corresponde a 27% de todos os tumores malignos diagnosticados. A cada ano são detectados aproximadamente 177 mil novos episódios do tipo mais agressivo, afetando 83.770 homens e 93.170 mulheres. Os motivos são os mais variados, embora os representantes do Inca tenham externado que a exposição excessiva ao sol e a falta do uso de filtro solar, principalmente na infância e na adolescência, são os principais fatores de risco.
Neste ínterim, a medicina continuará sendo desafiada, pois paralelamente à demanda da população, por conta do coronavírus, existem essas outras realidades a serem incluídas no receituário, com o intuito de ofertar oportunidades de tratamento aos pacientes com doenças adversas. Não é uma tarefa fácil, mas as autoridades do segmento de saúde pública nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal) carecem de contribuir efetivamente para o enfrentamento deste fato de maneira bem consciente. Afinal, o portador de incômodo grave não pode esperar indefinidamente a concretização da vacinação da COVID-19 acontecer para todos os brasileiros. A esses pacientes também é dado o direito à preservação da vida. Aí vale tudo, até mesmo buscar mais destreza do sistema público de atendimento especializado, priorizando as pessoas de poder aquisitivo menor para que essas não venham falecer esperando vagas nas filas das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) das grandes metrópoles e também nos rincões do Brasil inteiro.