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Confiança no comércio avança no primeiro bimestre

O otimismo tem ganhado força, gradativamente, entre os empresários de Belo Horizonte, segundo a Análise do Comércio Varejista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG). De acordo com o estudo, o mês de fevereiro foi positivo para 26,9% das empresas, pois 59,1% vendeu mais ou igual ao mês de janeiro. Com isso, 68,7% dos lojistas estão confiantes para o faturamento de março. Em 2016, no mesmo período, apenas 34,8% previam bons resultados.

Para atrair clientes e aumentar o fluxo de vendas, as lojas apostaram em promoções para eliminar os estoques no início do ano e os resultados foram positivos. 56,6% das empresas realizaram ações promocionais no mês de fevereiro e 51,7% das organizações repetiram a ação em março. Contudo, essa ainda é uma boa oportunidade para o consumidor que busca preços baixos. A análise destaca que o fatores-chave para a conquista do consumidor é a criatividade, atendimento e o mix de produtos ou de novos canais de vendas, como a internet, vendas diretas e compras coletivas.

O estudo aponta ainda que é imprescindível que o empresariado conheça o desenvolvimento do setor. Analista de Pesquisa da Fecomércio MG, Elisa Castro, ressalta que essa pesquisa retrata o cenário do comércio. “O empresário pode utilizá-la para otimizar o desempenho do negócio, pois mesmo com o crescimento pequeno do consumo, podemos ver que algumas empresas estão se sobressaindo. O diferencial dessas empresas é o planejamento que possibilita uma situação financeira estável”.

O comércio da capital é formado, em sua maioria, por microempresas – a pesquisa apontou que 73,6% das empresas de BH possuem até nove pessoas em seu quadro de funcionários. Elisa observa que grande parte dessas empresas estão melhorando o seu faturamento, devido a necessidade de planejar e realizar ações para atrair o consumidor. “Isso não era uma realidade das companhias desse porte, pois não tinham essa preocupação”.

Mercado sazonal
A temporada de volta às aulas proporcionou para 46,7% das lojas do segmento de livros, jornais, revistas e papelaria um avanço no faturamento.

O sócio proprietário da papelaria Ribamar, Ricardo Luiz, conta que as vendas neste início de ano foram melhores em relação ao ano passado. Ele garante que para conquistar os consumidores fora deste período, o preço e o bom atendimento são peças primordiais. “Houve um aumento de 10% a 15% no faturamento. Em relação ao meio de pagamento, os clientes utilizaram mais o cartão de crédito e de débito”.

Entre as empresas que estão mais confiantes temos o segmento de móveis e eletrodomésticos (87%), artigos de uso pessoal e doméstico (78,6%); tecido, vestuário e calçados (76,9%); e equipamentos e materiais para escritório, informática e de comunicação (76,5%).
A analista explica que os setores estão mais otimistas devido à liberação do FGTS. “Com esse estímulo na renda as famílias, além do pagamento de dívidas, elas tendem a adquirir bens duráveis para o seu conforto. Isso faz com que as vendas desses produtos tenham um avanço”.

Ações de marketing
Com a circulação parcial do dinheiro proveniente FGTS, os empresários podem usar a criatividade para atrair o consumidor para o seu negócio. Segundo a especialista de marketing e personal coach, Karen Batista, o crescimento nas vendas se deve ao aumento do número de pessoas que estão se inserindo no mercado. “Recentemente, foi divulgado que houve um leve aumento no número de pessoas com carteira assinada, é um crescimento pequeno, contudo, eleva as expectativas. Por isso, é preciso ter cautela e trabalhar com diferenciais para atrair esse consumidor”.

Ela destaca que o empresário deve investir na sua equipe de atendimento. “Vale pontuar que o atendimento é essencial, pois não está clara a sua importância. As pessoas precisam interiorizar essa questão, pois faz toda a diferença”.

Em relação é a inovação e proatividade, “o lojista precisa se especializar e estar em busca do seu público a todo o momento. Por exemplo, muitas lojas de roupa já levam as peças para o cliente em casa – ele pode experimentar e escolher a sua roupa no conforto do lar. Isso aumenta, consideravelmente, o percentual de vendas”.

A especialista ainda sugere que os empresários aproveitem as datas comemorativas de forma criativa. “Os restaurantes poderiam criar pratos típicos de acordo com o calendário. É importante compreender o mercado para criar esse tipo de inovação e diferenciação”, conclui.

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