O Natal, principal data do ano, está chegando. O período é de comemorações para todos os brasileiros, seja para a população, que vai às compras para presentear aqueles que gostam, ou para os lojistas, que esperam, ansiosamente, o mês no qual tem-se mais movimento.
Segundo pesquisa feita em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), considerando somente a aquisição de presentes natalinos, a injeção de dinheiro na economia deverá ser de R$ 60 bilhões. Esse valor é próximo da soma do movimento estimado em datas como Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados e Dia das Crianças deste ano.
Ainda de acordo com o levantamento, 77% dos consumidores devem presentear alguém na data, percentual próximo aos 79% que fizeram compras no passado. Isso significa que, acompanhando os passos da retomada gradual da economia no pós-crise, aproximadamente 119,8 milhões de brasileiros devem ir às compras.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, diz que esses dados demonstram a tradição que o Natal tem na vida dos brasileiros. “Mesmo com a economia ainda ruim e com pouco dinheiro no bolso, o hábito de presentear nesta data é forte e sobrevive apesar das dificuldades econômicas”. Outro ponto destacado pela especialista é a influência que o 13º salário tem no saldo positivo desta época. “É uma injeção de dinheiro um mês antes do dia 25 de dezembro”.
Em relação aos presentes, os consumidores ouvidos afirmaram que devem comprar quatro lembranças e o ticket médio será de R$ 124,99. Esse número sobe para R$ 143,26 entre os consumidores das classes A e B e cai para R$ 119,11, entre os de baixa renda. Porém, uma parcela de consumidores (23%) ainda não decidiu a quantia a ser desembolsada. “O valor aproximado das compras é semelhante ao do ano passado e isso é reflexo de uma economia que ainda está se recuperando”.
Poder da internet
A pesquisa mostrou que, apesar da inflação estar controlada e abaixo da meta oficial, a maioria dos consumidores tem a impressão de que os preços estão maiores em relação ao ano passado, por isso 86% dos que vão gastar no Natal pretendem analisar custos antes de concluir a compra.
Na busca por ofertas, a internet se mostra como a principal aliada: 80% devem usar sites e aplicativos para conseguirem preços melhores. Além disso, 70% vão gastar a sola de sapato para encontrar boas ofertas, seja caminhando por lojas de rua (45%) ou em estabelecimentos dentro de shopping centers (45%).
Marcela diz que a internet está ganhando cada vez mais força com os consumidores brasileiros devido a sua comodidade. “Esse é um meio muito conveniente, pois com apenas um clique e sem sair de casa, conseguimos passar por várias lojas e olhar o preço do mesmo produto em diferentes lugares”.
Ademais, por mais um ano, as roupas permanecem na primeira posição de produtos mais procurados para presentear no Natal (58%). Seguido por brinquedos (40%), perfumes e cosméticos (34%), calçados (32%), acessórios (25%), livros (17%) e smartphones (14%). E na hora de receber os presentes, os mais lembrados serão as mães (48%), cônjuges (46%), filhos (40%) e sobrinhos (24%). No geral, o presente mais caro será destinado, sobretudo, aos filhos (27%) e às mães (23%).
Para finalizar, a economista afirma que é necessário cautela para não se endividar neste final de ano. “Dividir as compras em grande quantidade de parcelas, sem avaliar o peso no orçamento, pode atrapalhar o planejamento para o começo de um novo ano livre de dívidas. Sempre que possível, o ideal é pagar à vista, evitando o endividamento e procurando descontos. Além disso, não podemos esquecer que janeiro é mês do IPTU, IPVA, matrícula dos filhos na escola e outras despesas”.
E é com essa precaução que o vendedor Arlindo Corrêa, 35 anos, vai encarar as compras natalinas. Ele conta que, para este final de ano, irá presentear só os seus pais, esposa e filho. “Serão 4 lembrancinhas para realmente não passar em branco, pois sei que as contas do começo de ano apertam bastante o orçamento”.
Outro fator que está fazendo com que Corrêa seja cuidadoso com os gastos extras é a viagem que irá fazer em janeiro. “Pela primeira vez, vou levar meus pais para a praia e eu sei que lá as coisas são mais caras. Por isso, preciso economizar no presente do Natal, mas sem esquecer das pessoas que gosto”, finaliza.