Já ouviu a frase “boas ideias começam com um bom café?”. Pois então, a primeira dica é pesquisar bastante os preços dos cafezinhos antes de sentar no balcão da sua padaria preferida. Segundo pesquisa realizada pelo site Mercado Mineiro, os preços de pães, leites, derivados e frios, em 27 estabelecimentos da capital, podem variar em até 216%, como é o caso do quilo do pão doce que pode custar de R$ 8,99 a R$ 28,48.
O belo-horizontino que tem o costume de tomar o primeiro café do dia na rua precisa estar atento. Hoje, o pão com manteiga pode custar de R$ 1,00 até R$ 2,80, uma variação 180%. Já o café com leite pode ser encontrado por R$ 1,50 até R$ 3,60. O cafezinho simples ainda supera: é cobrado de R$ 0,95 até R$ 2,50, uma variação 163%. “Nos últimos 3 meses, os aumentos de produtos que são muito consumidos nas padarias são bem consideráveis. O cafezinho e o pão com manteiga aumentaram bastante. Isso preocupa, porque atinge em cheio o bolso do trabalhador”, avalia Feliciano Abreu, coordenador do Mercado Mineiro.
O patrimônio gastronômico de Minas não saiu imune à alta dos preços, o pão de queijo tem valor de R$ 1,50 até R$ 3,80, uma variação de 153%. No caso do acompanhamento de um pingado, será necessário desembolsar de R$ 1,00 a R$ 2,90. “É preciso sempre ficar atento às diferenças de centavos, porque isso no final do dia, do mês, do ano, é um dinheiro considerável”, alerta Abreu.
Mesmo quem toma o café da manhã em casa precisa pesquisar. O famoso pão francês tem preços entre R$ 8,99 e R$ 17,55. O pão sovado é encontrado por valores entre R$ 14,90 e R$ 32,90. A manteiga de 500g pode sair por R$ 17,90 até R$ 26,90 e a margarina, do mesmo peso, entre R$ 4,99 e R$ 8,90, uma variação de 78%.
Para Abreu, nesses casos, a comodidade pode sair muito cara. “Não tem coisa melhor que ir à padaria que já conhece, comer o pão fresquinho que está acostumado. Mas, infelizmente, chega um ponto que se tiver aumentando muito, você precisa trocar de lugar porque têm diferenças de quase 100% no pão francês”, diz. Na ala dos frios, a alta também é sentida. O quilo de presunto oscila 64%, custando de R$ 22,50 até R$ 36,90 e, a mortadela 94%, sendo encontrada de R$ 14,90 até R$ 28,90.
Tudo mais caro
De acordo com o levantamento, os lanches nas padarias aumentaram nos últimos 3 meses. O pão com manteiga que custava R$ 1,74 subiu para R$ 1,83, um aumento de 5,17%; o pingado, que custava em média R$ 1,47, foi para R$ 1,56, 6% a mais. O cafezinho não aumentou de tamanho, mas inflou 5,65%.
Para Abreu, a tendência de mais acréscimos é forte porque os donos de padarias ficam de mãos atadas diante da constante elevação de custo de insumos. “Imagina que o dono de uma padaria teve a energia aumentada em mais de 10%, mais um aumento considerável do gás de cozinha e da água. Então, fica impraticável não passar essa majoração para o bolso do consumidor. Por isso preocupa bastante, mesmo com a queda do dólar (moeda que cota o trigo), nenhuma padaria vai suportar essas elevações de custos”.
Nos últimos 5 anos, a tarifa de energia elétrica aumentou mais de 90% no Brasil. As contas de água e esgoto da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa-MG) também vão encarecer, em média, 8,38%, a partir de agosto. O índice é quase duas vezes o valor da inflação registrada nos últimos 12 meses, 4,66%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“A gente nota que, 5 anos atrás, o consumidor ia à padaria e gastava R$ 5,00, agora gasta R$ 10 e, daqui a pouco, R$ 15 para comprar os mesmos produtos. Mas, imagina uma padaria que está fechada à noite, existe um monte de freezers ligados para manter os produtos conservados. O custo de manter o estabelecimento é muito alto”, compara Abreu.