Coragem, determinação, muito amor e carinho são algumas palavras que descrevem as mulheres que receberam a missão de serem mães de filhos especiais. Elas passam por um turbilhão de sensações e o futuro incerto desperta medo e insegurança. Algumas vezes podem se sentir sozinhas e não saber o que fazer, mesmo com o apoio da família. E, apesar de fortes, precisam de cuidados. Nossa equipe procurou por Organizações Não Governamentais (ONGs) e instituições que trabalhassem também na atenção e cuidado das mães a fim de mostrar que elas também são importantes. No entanto, o foco principal das entidades é oferecer assistência às crianças, apesar de entenderem a importância de promover o bem-estar social delas.
Esse é o caso do Instituto Aviva que trabalha desde 2011 na promoção da pessoa com deficiência. O instituto funciona todos os sábados e não tem foco nas terapias. “Nós trabalhamos com atividades dinâmicas lúdico-desportivas e proporcionamos lazer para as crianças e apoio às mães. Muitas vezes, elas estão sobrecarregadas com os filhos e aqui se sentem acolhidas. Sempre tem alguma palestra, aulas de ioga e um momento de estética. Recentemente, trouxemos um advogado para falar sobre mediação de conflito de deficientes. Também já discutimos os direitos e dificuldades do deficiente. Todos os assuntos são de interesse e enfrentados no dia a dia”, explica Georgia Negreiros, coordenadora do grupo de pais da instituição, professora e mãe do Enzo, de 10 anos, que tem paralisia cerebral.
A dona de casa Fabiana Evangelista do Amaral é mãe de Lucas Henrique, 10 anos, e Julia Evangelista, 5 anos, e buscou o Aviva atrás desse acolhimento. “Meus filhos nasceram com a espinha bífida oculta, uma má formação congênita no tubo neural. Foram duas gravidezes de risco e participar do Aviva mudou a minha vida e a deles. A equipe é muita receptiva e atenciosa. O mais importante para mim é saber que não estamos sozinhos e felizes”.
O Instituto Vitória que atua há 9 anos na assistência a crianças e adolescentes com autismo, paralisia cerebral, hidrocefalia, síndrome de Down, entre outras deficiências, também procura auxiliar às mães. “Temos os serviços de assistente social, fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia. A gente sempre busca dar um suporte”, diz Marlene Ferreira, presidente da entidade.
Geralmente, as mães ficam sabendo dos serviços por meio de indicação ou pelas redes sociais e a página na internet. “O primeiro passo para receber assistência é agendar uma entrevista com a assistente social. Tudo é oferecido de forma gratuita. Normalmente, elas chegam um pouco perdidas, não sabem o que fazer e não possuem nenhuma orientação. Muitas vezes se sentem desoladas e buscam acolhimento, alguém para conversar e é justamente o que fazemos”, afirma.
Marlene conta que as psicólogas atendem as crianças e as mães. “Estamos sempre fazendo reuniões, esclarecendo dúvidas e fazendo palestras com temas interessantes. Também temos uma caixinha para que elas nos deem sugestões. Fazemos de tudo para poder ajudar e fazer com que as mães não se sintam sozinhas”, finaliza.