Alguns setores da economia estão apresentando sinais de melhoras e isso pode ser notado nas pesquisas. Uma delas é o Termômetro de Vendas, estudo mensal da Associação Mineira de Supermercados (AMIS) com empresas de todos os portes do estado. O levantamento mostrou que o crescimento nas vendas dos supermercados mineiros foi 1,99% nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Ademais, houve uma alta de 2,84% e 1,13% em janeiro e fevereiro de 2019 se comparado com o mesmo mês de 2018, respectivamente. Entretanto, se o contraponto for feito com o primeiro e segundo meses deste ano, é possível observar uma queda de 2,84%.
Para Antonio Claret, superintendente da AMIS, o recuo apresentado de janeiro para fevereiro era previsto. “Isso é normal, porque a comparação é 28 dias contra 31 dias, então apenas nesse quesito temos quase 10% de diferença. Além disso, o consumidor está um pouco reticente com o momento econômico e outro fator que influencia é o quanto foi investido nas férias. Ou seja, quanto mais se gasta nesse período, menos dinheiro haverá para outras coisas. Mas o que causou maior efeito foi realmente menos dias úteis em fevereiro”.
O superintende afirmou que o bom resultado de 2019 é sinal de que este ano será melhor do que 2018. “Ano passado, os supermercados faturaram R$ 35,8 bilhões e, para 2019, estamos esperando um crescimento de 4%. Para que isso aconteça, temos que necessariamente crescer mais do que em 2018 e o primeiro bimestre já apresenta essa melhora. Estamos em um bom caminho e os números apurados nos levam a crer que vamos alcançar a meta estabelecida”.
Desempenho regional
Além dos números gerais, o Termômetro de Vendas também apurou dados das regiões. Eles demonstram que, de janeiro para fevereiro, a Região do Vale do Rio Doce foi a que apresentou a maior queda (-3,16%), seguido pelo Sul (-3,16%) e Centro-Oeste (-3,11%), respectivamente.
Claret reitera que a Região do Vale do Rio Doce teve o desempenho menor se comparado com as outros locais porque ainda sente os efeitos da queda da barragem de Fundão, que aconteceu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, no dia 5 de novembro de 2015. “No ano passado, o local havia dado sinais de recuperação e não teve um desempenho tão negativo, como estava acontecendo. Porém há uma dança de posições das regiões e, por isso, não é possível ter uma visão clara do todo. Por exemplo, o Norte teve um desempenho melhor se comparado com o ano passado, o que geralmente não acontece”.
Páscoa nos supermercados
Para a Páscoa deste ano, o levantamento mostrou que as vendas do período deverão crescer igual a 2018. Haverá aumento de 4% no consumo de ovos de chocolates, enquanto que outros formatos, como barras e caixas de bombons, deverão vender 6% a mais, mudança que tem ocorrido nos últimos anos. Em se tratando de ovos, a procura maior é pelos com até 150 gramas. Já em relação ao pescado, espera-se um aumento de 7%.
Claret diz que o melhor desempenho nas vendas vai acontecer por causa da retomada do consumo dos ovos de chocolate. “O comércio desse produto vinha caindo e agora estamos falando de um crescimento de 4%. Os chocolates de outros formatos também estão na mira dos consumidores, pois eles querem produtos com preços mais em conta”.
Para os empresários, outro fator que vai contribuir para um bom desempenho da Páscoa é que ela vai acontecer mais distante do início do ano, período de gastos elevados para os brasileiros. Em 2018, a festividade ocorreu no dia 1º de abril e todo o restante da Semana Santa se deu ainda em março. Em 2019, a Semana Santa será de 15 a 21 de abril.
