
No primeiro trimestre, houve um crescimento de 33,6% na abertura de empresas em Belo Horizonte. Esse desempenho favorável, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, está registrado no Cadastro de Contribuintes de Tributos Mobiliários, desenvolvido pela administração municipal. De janeiro a março deste ano, a capital mineira registrou a abertura de 10.840 novas empresas, comparado a 8.114 no mesmo período de 2024. Excluindo os microempreendedores individuais (MEIs), a cidade agora possui 481.107 empresas em operação.
O número expressivo de novas empresas é considerado um reflexo da confiança do empresário local no ambiente econômico de Belo Horizonte, que tem se mostrado resiliente. A capital mineira, além de ser um polo comercial e industrial, também tem se consolidado como um centro de inovação e tecnologia, atraindo novos empreendedores em áreas como o comércio eletrônico, soluções digitais e startups.
Além da recuperação econômica pós-pandemia, a modernização das plataformas digitais de registro empresarial desempenharam um papel fundamental no aumento da abertura de empresas na cidade. “O processo de abertura de uma empresa nunca foi tão rápido e fácil em Belo Horizonte. A transformação digital permitiu que empreendedores pudessem registrar seus negócios sem precisar sair de casa, o que é um grande avanço para a cidade, essa mudança foi um facilitador importante para quem deseja empreender, especialmente em um momento de recuperação econômica”, afirma o economista Fabrício Diniz.
Outro fator que tem influenciado o aumento na abertura de empresas é a diminuição da taxa de juros, que proporcionou um cenário mais favorável para o crédito. Com a redução da taxa básica de juros, muitos empreendedores conseguiram obter linhas de crédito mais acessíveis para financiar seus negócios, o que ajudou a impulsionar o surgimento de novas empresas.
Um dos impactos mais diretos é o aumento na geração de empregos. Cada nova empresa aberta tem o potencial de criar vagas de trabalho, tanto diretas quanto indiretas, movimentando ainda mais a economia da cidade. Para Diniz, o crescimento da atividade empresarial é essencial para a redução do desemprego e para a qualificação da mão de obra local. “A abertura de novas empresas tem um efeito multiplicador positivo na economia. Além da criação de novos postos de trabalho, essas empresas geram demanda por serviços de fornecedores, logística e outros setores, o que contribui para a movimentação de vários segmentos econômicos. Esse crescimento também é um reflexo de um ambiente mais saudável para o empreendedorismo, com mais oportunidades para quem quer investir e inovar”.
O aumento do número de empresas também favorece a diversificação econômica de Belo Horizonte. De acordo com o economista, com mais negócios sendo formalizados em diferentes setores, a cidade se torna menos dependente de atividades específicas, o que contribui para a sua maior resiliência a crises externas. “A capital tem se tornado um polo de inovação, com um número crescente de empresas ligadas à tecnologia e soluções digitais, além de negócios no setor de serviços. Isso amplia o leque de possibilidades para a cidade e fortalece sua posição como um centro econômico e inovador”.
Apesar do crescimento positivo, o consultor financeiro Guilherme Ferraz alerta para os desafios que a cidade ainda enfrenta em termos de infraestrutura e oferta de mão de obra qualificada. “Embora o número de empresas esteja crescendo, a cidade precisa continuar a melhorar suas condições para receber novos negócios e garantir que eles tenham sucesso a longo prazo”.
“O aumento na abertura de empresas é um sinal claro de confiança na cidade, mas precisamos garantir que essa confiança seja sustentada por uma infraestrutura que atenda às necessidades dessas empresas, além de formar profissionais qualificados para o mercado de trabalho, a educação e o treinamento contínuo da força de trabalho serão cruciais para o sucesso desse novo ciclo de crescimento”, afirma Ferraz.