Com a aproximação das festividades de fim de ano, os empresários do comércio estão demonstrando um otimismo crescente, o que se reflete em um aumento nas contratações. A pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostra que 70,9% dos empresários do comércio de Belo Horizonte pretendem aumentar o quadro de funcionários. Entre as empresas de maior porte (com mais de 50 empregados), 73,3% têm a intenção de aumentar o número de colaboradores.
O ICEC aumentou 1,9 ponto percentual. Aos 106,3 pontos, o índice de setembro é o segundo maior do ano, só perdendo para o mês de abril quando atingiu 106,7 pontos. As boas expectativas para a economia do país, para o comércio e a empresa sustentam a intenção de aumentar as contratações.
Para o economista Fabrício Diniz, as festividades de fim de ano, como Natal e Ano Novo, costumam gerar um aumento significativo nas vendas, levando os comerciantes a prepararem suas equipes para atender à demanda crescente. “Os segmentos que mais devem admitir são o de vestuário, eletrônicos e brinquedos, todos com previsões de avanço significativo nas vendas. As empresas estão se adaptando e, além de contratarem temporários, algumas já consideram efetivar os funcionários que se destacarem durante a alta temporada”.
“Aumentar a equipe permite que as empresas ofereçam um atendimento mais personalizado e eficiente, crucial durante as épocas de maior movimento. Com o lançamento de promoções e campanhas de vendas específicas para o fim do ano, as lojas precisam de mais mão de obra para gerenciar o fluxo de clientes”, comenta.
Na comparação com o mês anterior, os empresários do comércio estão mais otimistas quanto à situação econômica futura do Brasil. Em setembro, 64,0% preveem melhora para o cenário econômico, resultado 3,0 pontos percentuais superior ao observado em agosto. Os empresários também estão mais confiantes na melhora para o setor, na comparação com o mês passado. Em setembro, 73,6% disseram acreditar nessa evolução, valor superior ao observado em agosto (72,8%). Em comparação com agosto, as expectativas dos empresários para as suas empresas mantiveram-se estatisticamente estáveis. Em setembro, 80,6% disseram acreditar que as vendas irão melhorar, apresentando uma queda de 0,1 ponto percentual da mesma resposta em relação ao mês anterior.
Diniz afirma que a melhoria nas condições de emprego e a recuperação salarial têm aumentado a renda disponível das famílias, estimulando o consumo mais forte. “É um sinal positivo para o varejo. Além disso, a aceleração da digitalização no comércio, com o crescimento do e-commerce e das plataformas digitais, oferece novas oportunidades de vendas e alcance ao consumidor, aumentando o potencial de lucro”.
O nível de investimentos está maior para 48,3% das empresas, valor superior ao observado no mês anterior (49,2%). Para 44,7% das empresas de maior porte, o nível de investimentos está maior, apresentando uma redução no índice quando comparado ao resultado do último mês. Os estoques estão adequados para 63,0% das empresas, enquanto que para 20,2% delas há excesso de produtos e, para 16,8%, faltam itens.
O consultor financeiro Guilherme Ferraz explica que é importante elaborar um orçamento detalhado que inclua todas as despesas previstas com contratações e investimentos em equipamentos. “É necessário basear as admissões e aquisições em projeções realistas de vendas, utilizando dados históricos e tendências de mercado para evitar superdimensionar as necessidades e acompanhar regularmente o desempenho financeiro da empresa e as métricas de vendas, permitindo ajustes rápidos caso as expectativas não estejam se concretizando”.
“Implementar uma boa gestão de estoque para evitar excessos que podem comprometer o capital de giro e afetar a liquidez da empresa, assim como buscar negociações vantajosas com fornecedores de equipamentos e serviços, também são boas estratégias para evitar o erro nessa época importante para as vendas”, conclui.