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Belo Horizonte tem apenas 15% do território coberto por áreas verdes

Foto: Divulgação/PBH

 

Segundo o Diagnóstico da Arborização Urbana de Belo Horizonte, atualmente, a capital mineira possui apenas 15% de seu território coberto por áreas verdes. O documento mostrou ainda que a cobertura arbóreo- -arbustiva total do município é de 50,89 km², desse total apenas 1,2 km² estão inseridos em unidades de conservação, ou seja, menos de 0,5% da área total da cidade.

O mapeamento detalha que 119 dos 487 bairros da capital apresentam menos de 10% de cobertura arbórea. Pior ainda, 19 destes, localizados em vilas e favelas, possuem índices abaixo dos 5%, o que revela uma distribuição extremamente desigual das áreas verdes na cidade. Quando analisada a distribuição da cobertura arbóreo-arbustiva pelas regiões administrativas, o resultado aponta que a região Norte é a que tem a maior cobertura em relação à extensão do seu território. Já as regiões Oeste e Noroeste destacam- -se pelos baixos valores.

O documento deu início às discussões para construção do Plano Municipal de Arborização Urbana de Belo Horizonte (PMAU-BH) pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA). Para a urbanista, Michele Silveira, o projeto pode trazer diversos benefícios para a cidade, impactando tanto a qualidade de vida dos habitantes quanto o meio ambiente. “Árvores ajudam a remover poluentes atmosféricos, além de absorver dióxido de carbono e liberar oxigênio, melhorando a qualidade do ar, proporcionam sombra e um efeito de resfriamento através da evapotranspiração, reduzindo a temperatura urbana e aliviando o efeito ilha de calor, que é comum em áreas urbanas densamente construídas”.

“A vegetação ajuda a reduzir o escoamento superficial e a evitar a erosão do solo, além de promover a infiltração da água da chuva, ajudando a prevenir enchentes e a melhorar a gestão das águas pluviais e também embelezam a cidade, trazendo até uma redução do estresse, incentivando a prática de atividades ao ar livre e eventos comunitários”, completa.

Na avaliação de Michele, as estratégias e abordagens para alcançar esse objetivo são essenciais e devem ser muito bem pensadas. “Priorizar áreas com maior déficit de vegetação, como bairros com baixa cobertura verde e áreas vulneráveis ao calor e poluição, trabalhar com Organizações Não Governamentais (ONGs), associações de bairro e grupos comunitários que já têm experiência em projetos de arborização, selecionar espécies de árvores que se adaptam bem ao clima e solo local, e que proporcionem benefícios, assim como desenvolver um plano de plantio que considere o espaço disponível e as necessidades específicas de cada área”.

Ela explica que é importante educar a população e monitorar o pós desses plantios para garantir a eficácia. “Promover campanhas para educar a população sobre os benefícios das árvores e a importância da arborização, criar e implementar políticas públicas que incentivem a arborização, como exigências de arborização em novos empreendimentos urbanos, integrar o tema da arborização nos currículos escolares para promover a conscientização desde cedo e desenvolver projetos que conectem educação ambiental com ações práticas de arborização”.

“Estabelecer planos de manutenção para garantir que as árvores recém-plantadas recebam água e cuidados necessários para o seu desenvolvimento saudável, monitorar o crescimento das árvores e avaliar o impacto das ações de arborização e ajustar as estratégias conforme necessário para melhorar os resultados. Assim poderemos começar a construir uma cidade mais arborizada e melhorar a qualidade de vida dos belo-horizontinos”, conclui.