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“Festival Bárbara de Cocais” tem cinema e oficinas na programação

Filme “Dos 3 aos 3” é uma das atrações – Foto: Divulgação

Entre os dias 21 e 24 de agosto, as cidades de Barão de Cocais e Santa Bárbara sediarão a 1ª edição do “Festival Bárbara de Cocais – Cinema e Formação Humana”. O evento, que ocorrerá em diversos espaços, inclui palestras, mostras de cinema, oficinas e a instalação de uma Creche Parental Pública. A programação completa pode ser acessada no site www.barbaradecocais.org.

O idealizador e diretor artístico do “Bárbara de Cocais”, o cineasta Pablo Lobato, conta que a ideia de realizar o festival faz parte da primeira Escultura Comunitária, projeto de longa duração iniciado em 2022 e que tem a formação humana como questão central.

“Inspirado por um conjunto de outros trabalhos, como o filme ‘Dos 3 aos 3’, realizado em colaboração com Bianca Bethonico, e ‘Oroboro’, meu último filme, o projeto foi concebido como um território de encontros, obra de uma comunidade cuidadora. Trata-se de algo que não chega pronto, pois sua escala se confunde com o que pode se tornar. Além do Festival, a escultura envolve pesquisas, visitas, conversas e uma mostra itinerante de cinema, promovendo encontros entre sensibilidades”, afirma.

Ele salienta que “Bárbara de Cocais” integra um projeto artístico de longa duração que tem a formação humana como questão primordial. “O cinema é seu meio de encanto para mobilizar aprendizagens e compartilhar saberes. A arte do cuidar é o seu propósito. O projeto concebe também uma escultura comunitária, o Bárbara de Cocais (#EC1). O festival tece uma escuta ativa às singularidades locais. Ela trama gestos que se aproximam com curiosidade da formação humana. A vida, em sua qualidade regenerante, é o primeiro e último material desta escultura comunitária”, sintetiza o cineasta.

As cidades foram escolhidas não apenas por sua proximidade com Belo Horizonte, mas também por sua rica história e pela resiliência de suas comunidades, conforme explica Lobato. “Santa Bárbara e Barão de Cocais foram terras do Morro Grande, território cuja ossatura foi cortada pela mineração. As marcas da extração e a comunidade de seres viventes se entrelaçam e desafiam o esquecimento a reimaginar o desenho da paisagem. Essa escolha fortalece a proposta do projeto de criar uma rede de formação”.

Eventos diversificados

Serão exibidos três filmes por dia, na sala que será montada no Santuário de São João Batista. A programação contará com filmes nacionais e internacionais. No último dia, acontecerá a pré-estreia do novo filme de Lobato, “Oroboro”. O documentário mostra duas turmas de um colégio mineiro, vivendo processos imersivos ao adaptarem para o teatro “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, e “A Flauta Mágica”, de Mozart.

Lobato pontua que através do encontro, o festival assume seu horizonte coletivo na aliança entre arte e formação humana. “O cinema tem sido nosso meio de encanto para mobilizar aprendizagens e compartilhar saberes. Suas luzes se reconhecem nas pedagogias de cura e, aliadas às mumunhas de quintal, se tornam espaços de convívio, onde gestos humanos se pedem e se dão mutuamente. Cuidar, cultivar e compartilhar são condições para se esculpir comunitariamente”.

As palestras e oficinas acontecerão no Cine Rex e na Cozinha Escola, em Barão de Cocais, e no Parque Recanto Verde, em Santa Bárbara. Participarão nomes como a filósofa Viviane Mosé, a poeta Leda Maria Martins e a psicóloga Virgínia Kastrup. As oficinas serão ministradas por Gustavo Jardim, Julia Panadés e Gandhy Piorski.

A expectativa do diretor artístico é expandir o festival para outros locais dos dois municípios. “Vemos o evento como uma semente bem plantada. Queremos manter o foco na formação humana e na valorização da arte como ferramenta de transformação comunitária”, conclui.