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Olimpíadas, futebol e coisas mais

Começou o maior e mais completo evento esportivo do planeta. Paris sedia a 33ª edição das Olimpíadas. É um espetáculo único e inigualável para quem acompanha ao vivo ou pelas mídias. Mais do que uma emoção para quem participa como atleta.

Até o dia 11 de agosto, 10.400 atletas de excelência, sendo 5.200 do sexo feminino e 5.200 do masculino, disputam medalhas em 32 esportes. Alguns tradicionais, outros como novidades para o público.

O Brasil marca presença com uma delegação enorme. Vamos disputar 30 modalidades, envolvendo 210 atletas. Boxe, vôlei de praia, skate, judô, vela, surfe e ginástica, segundo os especialistas, podem subir ao pódio. Eles acreditam em 22 medalhas no total, sendo 5 de ouro.

O nosso futebol masculino não conseguiu classificação e está fora da festa. Mais uma decepção. O futebol feminino superou todas as dificuldades e está em Paris sonhando em faturar uma medalha. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) melhorou bastante no quesito planejamento e organização. Ainda estamos bem longe do ideal, mas o salto de qualidade é visível.

Falta maior empenho do próprio governo em todos os níveis, dos empresários e desportistas de modo geral para colocar em prática um projeto gigante de apoio aos mais variados esportes em todo o nosso imenso território. O Brasil tem espaço, clima e talentos aos montes espalhados por aí. Só falta querer realizar.

Quando vejo a montanha de dinheiro que é jogado no lixo pelos clubes de futebol com seus projetos faraônicos, contratações malucas, salários fora da realidade e outras coisas mais, fico pensando. Com a metade desta grana, o Brasil seria o maior produtor de atletas do mundo em todos os esportes.

Mas isso é apenas um sonho bobo e nunca vai acontecer. Melhor mesmo é ficar de olho nas Olimpíadas, vibrando com as apresentações e torcendo muito pelos que estão lá competindo. Brasileiros ou não.

E o futebol. Os times mineiros estão lutando bravamente. Na série A, o Cruzeiro surpreende. Com seu novo dono, o simpático Pedro Lourenço, cheio da bufunfa, a coisa engrenou. Com a chegada dos bons reforços o que já estava legal, deve melhorar. A China Azul está em estado de graça e alegria e não para de comemorar. Do outro lado, o Atlético vem passando por um perrengue danado. Jogadores contundidos, suspensos e atropelos para chegada dos reforços colocaram um time nas cordas.

Algumas derrotas terríveis, um futebol pouco confiável dentro de campo e muita bronca da massa. Aos poucos, parece que as coisas começam a se ajeitar. O elenco tem bola, pelo menos no papel, para jogar muito mais.

Ainda temos o América, lutando na série B. Como sempre faz sua seleta torcida passar grandes sustos. É uma partida muito boa, outra muito ruim. Adora perder e tomar gols. Time esquisito este do Coelho. Mas vai segurando as pontas entres os quatro melhores. Tomara que consiga se manter.

Na série C, o Athletic da bela São João del-Rei faz bonito. Vai encarando os desafios com moral. Pelo andar da carruagem tem tudo para subir mais um degrau no ano que vem. O Tombense vai sofrendo em pé e faz uma campanha apenas razoável. Mais para segurar lugar na terceira divisão do que para subir. Uma pena.

Na série D, os quatro representantes de Minas já foram eliminados. Cada um pior do que o outro. Não deviam nem ter entrado na competição. Sem recursos financeiros montaram times pífios.

E, para terminar, algo estranho me deixa confuso nesta lida com o futebol. No passado, nossos times revelavam jogadores aos montes. Seja na base, seja buscando nos times do interior. Isso acabou. Dá para contar nos dedos quantos bons jogadores são revelados internamente. Craque então é uma raridade.

A política atual é importar jogadores dos países vizinhos. Equador, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile são nossos fornecedores. Quase sempre jogadores medianos. Na maioria das vezes iguais ou piores aos que poderiam ser fabricados em casa. Nada contra os estrangeiros. Eles não têm culpa de nada e devem ser bem recebidos e respeitados, mas o processo é estranho.

Um Brasil tão extenso, com tantos moleques bons de bola dando sopa por aí, nossos times torram dinheiro importando jogadores. Deixa para lá. Vamos assistir aos Jogos Olímpicos que é bem melhor.