Com 22 livros publicados para os públicos infantil e adulto, o escritor belo-horizontino, Henrique German, revela que as inspirações para as suas publicações vêm a partir das suas memórias e da sua imaginação. Esse ano, o autor já lançou as obras “Marta e a rainha” e “Gaveta de doido”.
“Começo a escrever as ideias e depois vejo se será um conto ou romance. Trabalho sempre com memória e imaginação. Estou sempre viajando dentro de mim mesmo, das minhas recordações, lembranças, vivências e daquilo que possa ter aprendido ao longo da minha vida. É um novo ofício que abracei com todo o meu coração e minhas forças”, conta.
Ele diz que a literatura se tornou uma ferramenta para ficar acima das dificuldades. “Sem enxergar é muito difícil, mas a arte prova para mim todos os dias que se é difícil por um lado, por outro, não é impossível e a gente segue em frente”.
No segundo semestre, estará disponível aos leitores o romance “A Cidade e a Vida”, que se passa em Belo Horizonte entre 1974 e 1994. “É uma história que narra os aspectos da vida de várias pessoas que não se conhecem, mas vão se conhecer ou terão seus caminhos entrelaçados pelo destino, a partir de uma série de acontecimentos, alguns agradáveis, outros tristes, que viveram e que vivenciaram ao longo destes 20 anos e com muitas referências de BH”.
Indicação
O escritor é um dos candidatos para ser o novo ocupante da cadeira nº 31 da Academia Mineira de Letras, deixada pelo professor Rui Mourão, falecido em fevereiro de 2024. Caso seja escolhido, por meio de eleição, poderá ser o primeiro cego a integrar a Academia.
“Estou na torcida para quem sabe abrir essa vertente de integração social também da população com deficiência nesses ambientes culturais, como é da Academia Mineira de Letras”.
German é ocupante da cadeira nº 1 da Academia de Letras do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) desde 2021, e da cadeira nº 347 da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais desde junho de 2022. Ele seguiu carreira no Ministério até junho de 2019, quando se aposentou. “Sabia que esse momento iria chegar, então, senti a necessidade de escrever um pequeno texto para a minha esposa e meus filhos, dizendo a eles o quanto eu os amo e são importantes para mim”.
“Me despertou o interesse e vontade de escrever outras coisas de cunho literário. Quando me dei conta, já estava com 44 textos que poderiam perfeitamente compor o meu primeiro livro ‘Arquipélago’. Desde aquele pontapé inicial do texto dirigido à minha família, nunca mais parei de escrever”, acrescenta.