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Jantar no Palácio da Liberdade pode ter garantido a venda da Cemig e Copasa

Gustavo Valadares comandou o evento – Foto: Divulgação

Uma verdadeira lavação de roupa suja. Assim pode ser definido os bastidores do jantar oferecido pelo governador Romeu Zema (Novo) aos deputados mineiros no Palácio da Liberdade, semana passada. Participam do evento mais de 40 dos 77 parlamentares, mas o cardápio foi variado. Começou pela reclamação generalizada, tendo em vista a falta de atendimento e também de cordialidade por parte dos secretários para com os representantes do povo.

R$ 6 milhões em emendas

Experiente, o secretário de Governo, Gustavo Valadares (PMN), quando percebeu que o clima iria esquentar, tomou a palavra e buscou vocalizar as reivindicações de seus colegas de parlamento, pois ele também é deputado, embora esteja ocupando aquela pasta. Durante a discussão foi dito que as denominadas emendas parlamentares, verbas do governo que são liberadas para obras por indicação dos políticos, acontecem com regularidade. No entanto, as emendas extras estão em atraso desde julho, chegando-se um montante de R$ 6 milhões.

Após o evento, alguns dos participantes do banquete comentaram sobre a intenção da festa. Segundo eles, o objetivo foi acertar os ponteiros, visando a aprovação de projetos polêmicos, incluindo o texto autorizativo para adesão ao Regime de Recuperação Fiscal do governo federal, caminho largo para facilitar a venda das empresas do governo do Estado, inclusive a Cemig, Copasa, entre outros ativos.

Mas as mesmas fontes atalham que isso não está completamente pacificado. Eles vão esperar para terem condições de avaliar a reação da população, especialmente dos funcionários públicos, já que se trata de uma classe com possibilidade de ter problemas nos anos seguintes, diante do congelamento de salários, entre outras desvantagens do cargo. “Vai faltar dinheiro para garantir aumentos salariais, além de que os investimentos em infraestrutura irão ficar prejudicados e Minas perderia a sua principal empresa, a Cemig”, afirmou o deputado federal Rogério Correia (PT).

“O governador resolveu fazer política na tentativa de obter apoio para privatizar tudo em Minas. Ele chegou ao ponto de convidar o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), para fazer parte da Comitiva de Empresários que irão à China no próximo mês”, vaticina a deputada Beatriz Cerqueira (PT).