A situação da indústria sucroenergética foi assunto da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Segundo o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Ferreira Campos Filho, o setor emprega 180 mil pessoas de maneira direta ou indireta em todo o estado. Atualmente, Minas é o segundo maior produtor de cana-de-açúcar no Brasil, atrás de São Paulo e Goiás. Na safra 2022/2023, foram colhidas 68,1 milhões de toneladas. Mário lembrou que os incentivos dados pelo poder público têm dado resultados. “Hoje nós temos a melhor produtividade agrícola do Brasil e o maior município canavieiro que é Uberaba”.
Sobre a redução de emissão de dióxido de carbono na atmosfera, o presidente da Siamig destacou que o setor conta com o RenovaBio desde 2020, programa do governo federal que estabelece metas de redução dessas emissões. “O etanol e outros biocombustíveis ajudaram na redução de 100 milhões de toneladas de carbono na atmosfera. O RenovaBio auxilia o setor a ter uma receita adicional. Todos os investimentos hoje são pensados na redução das emissões de carbono”.
Outro ponto citado pelo presidente da Siamig é o incentivo ao uso de biocombustíveis por parte da população. “O uso de biocombustíveis é uma alternativa para diminuir a emissão de carbono. Hoje temos condição de mostrar qual é o tamanho dessa redução. O país tem na sua frota 85% de veículos flex, uma tecnologia desenvolvida aqui. O Brasil é protagonista no desenvolvimento do mercado de etanol”.
Foi entregue a Mário o texto de um projeto de lei para que seja incentivado o uso de etanol em Minas Gerais, de autoria do deputado Raul Belém (Cidadania). Em entrevista ao Edição do Brasil, o parlamentar conta que está previsto que o Estado abasteça a sua frota com o etanol, para fortalecer um setor que contribui muito para a economia mineira e gera um combustível renovável. “É importante incentivar a população, mostrando a importância dos biocombustíveis em nossa economia e conhecer a cadeia de produção, ajudando a desmistificar alguns mitos, como a queima de cana após a produção, o que não acontece há muito tempo”.
Após a audiência, o presidente da Comissão, deputado Gil Pereira (PSD), fez um balanço do que foi dito pelo presidente da Siamig e citou ações que foram feitas dentro da ALMG. “Já aprovamos algumas leis, como a isenção para a microprodução de energia solar, eólica, biogás e biomassa. Hoje nós temos o menor Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Brasil para que possamos incentivar o setor, principalmente a produção de etanol”.
Pereira disse que o próximo passo dentro da Comissão será a discussão em relação ao desenvolvimento do uso de hidrogênio verde. “Minas Gerais é um grande produtor de energia limpa no Brasil. Queremos incentivar cada vez mais que o hidrogênio verde seja viável em breve. O mundo está falando de transição energética e Minas Gerais e o Brasil vão liderar esse processo”.