Escrito pelo Advogado, palestrante e presidente do grupo Empresarial Multimarcas, Fabiano Lopes Ferreira (Cazeca)
Se a manchete acima fosse uma indagação, a resposta não seria nada fácil. A política brasileira passa por um período de enormes turbulências. A esquerda que recuperou o poder recentemente faz, à sua maneira, de tudo para se manter e perpetuar no poder. Por outro lado, a direita que havia conquistado o poder, deixou ele escapar na última eleição presidencial.
A instabilidade econômica e política não é boa para o país, e isso se agrava em função da pressão da política na economia. Isso não é uma prerrogativa somente do Brasil, acontece em vários países do mundo, pois, trata-se de poderes distintos, mas dependentes um do outro. Para a economia funcionar bem, além da competência de seus gestores, necessário será a interação com a política que é outro poder importante nos regimes democráticos.
No Brasil, a atribuição legal de autonomia do Banco Central foi muito importante porque aumentou a probabilidade de decisões apropriadas. Em todo mundo, um Banco Central independente significa estabilidade e certeza de uma autoridade monetária comprometida com o maior ativo de uma nação que é a moeda.
Contudo, a dificuldade maior é sempre a aceitação do poder central e até dos demais poderes. Nos regimes ditatoriais e presidencialistas, em que há a “centralização” dos poderes, a situação se complica ainda mais. O momento político do Brasil, tem gerado incertezas e desconfianças da classe empresarial e isso não é bom para o país.
Com a conquista da autonomia, o Banco Central, que possui um corpo técnico de bom nível, vem elevando periodicamente a taxa básica de juros, estando atualmente em 13,75%, percentual que o governo brasileiro e, principalmente, seus aliados mais radicais, vem questionando bastante.
O principal argumento do Banco Central para a taxa básica de juros elevada é que isso é necessário para manter a inflação sob controle, como vem acontecendo nos últimos anos. Por outro lado, o governo entende que o percentual de 13,75% é muito alto e vem dificultando sua gestão ao emperrar a indústria e o comércio, o que, segundo o governo, inibe a geração de empregos e a arrecadação de impostos.
Penso que, realmente, é preciso saber dosar muito bem a taxa Selic. Claro que juros muito baixos aumentam o consumo e podem gerar a inflação de demanda e, por outro lado, juros altos impedem o crescimento da economia.
Contudo, a questão principal é que a economia brasileira está muito mal, uma vez que, são vários setores reclamando e, o governo parece meio perdido e sem credibilidade, principalmente, o agronegócio que tem sofrido bastante com os altos preços dos insumos e dos baixos preços da produção. É preciso botar o carro nos trilhos.