O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Antonio de Salvo, divulgou as propostas do setor para o próximo governo federal. A coletiva contou com as presenças do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do novo vice-governador Mateus Simões (Novo).
O primeiro tema abordado pelo presidente foi a segurança alimentar de Minas, enaltecendo a agricultura do estado e as tecnologias de ponta. “O Brasil, a partir da década de 1970, passou de importador da maioria dos principais alimentos para exportador. Vale lembrar que foram os mineiros que transformaram uma vegetação queimada, chamada Cerrado, com tecnologia brasileira, em um dos grandes semeios. E isso não só no Brasil, mas em todo mundo, possibilitando essa segurança alimentar da nossa população”.
Ele também ressaltou a importância de valorizar os nossos produtores, pesquisas e ciência, que contribuem para colocar comida farta de qualidade e quantidade na mesa dos brasileiros. “Atrelado a tudo isso, veio o crescimento econômico e a geração de empregos. As fazendas, que eram de Cerrado com erosão laminar e assoreando os rios, passaram a ter plantio e serem protegidas. E, graças a nossa tecnologia, isso tem gerado renda”.
Para ele, o crescimento social está conectado ao econômico. “Não existe sociedade decente, com educação e saúde, sem dinheiro e comida. Mais que isso e não menos importante é a parte sustentável, e esse é o ponto para discutir, tendo um diálogo desarmado no que diz respeito à nossa sustentabilidade. Temos uma gama de assuntos a serem falados, porém, gostaria de reiterar a necessidade de não mais estarmos isolados como ficamos por muito tempo. Somos capazes e precisamos nos aproximar do povo, pessoas sérias como esses homens que estão aqui e vão governar o estado pelos próximos 4 anos”.
Salvo concluiu demonstrando adesão ao governador e a sua decisão de apoiar o candidato Jair Bolsonaro (PL) ao cargo federal. “Deve haver sintonia e harmonia, o que vejo respeitosamente que existe, porque já não é a primeira vez que o governador está aqui dentro do nosso sistema Faemg. O nosso objetivo foi promover um alinhamento de pautas para que a agropecuária mineira possa continuar se desenvolvendo no estado. Convidamos o governador Zema, o vice-governador Simões e o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, para selarmos essa aproximação com o governo e mostrar que temos o mesmo posicionamento frente ao segundo turno das eleições presidenciais”.
Zema apresentou as melhorias do seu mandato na área, como a não necessidade da vacinação contra a febre aftosa, o que fez com que produtores tivessem uma economia de gastos significativa. “Nós estamos falando de um desembolso de R$ 700 milhões a menos, isso sem considerar a abertura de mercados e valorização da carne e leite. Essa é uma grande conquista, afinal, por mais de 30 anos, o pecuarista mineiro teve que conviver com essa vacinação e nós conseguimos eliminá-la”.
Ele relembrou que nesses 4 anos de governo trabalhou junto com instituições, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) para fabricar produtos de maior qualidade, como o avanço na legalização do queijo artesanal mineiro, que antes era produzido de forma clandestina, transportado dentro de malas sem nota fiscal e sem atender às normas sanitárias. “Hoje, os produtores têm um problema em comum de não conseguirem atender a demanda. É o Brasil inteiro querendo comprar nosso queijo que é diferenciado, por isso, estamos trabalhando nesse sentido e uma hora vamos conseguir abrir esse mercado”.
Zema concluiu seu posicionamento dizendo que o contexto de produção agrícola e de pecuária é muito mais amplo e que necessita de mudanças reais. “Estamos pavimentando 2.500 km de estradas, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está levando energia para mais de 500 mil micros e pequenos produtores rurais nos próximos anos. Temos tomado todas as medidas, inclusive já assinamos o compromisso de reduzir as emissões de carbono até 2050 para mostrar que o nosso agro é sustentável e o que estamos produzindo a mais é devido à tecnologia e não à destruição do meio ambiente. Tenho certeza que o agro em Minas vai crescer muito ainda, porque nós temos grandes potenciais”.
Participaram também da coletiva o vice-presidente da Secretaria da Faemg, Ebinho Bernardes, o vice-presidente de Finanças, Renato Laguardia, e o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Bom Despacho, Patrick Brauner, representando os produtores rurais mineiros.