O dilema do Partido Novo para definir o seu destino em relação à sucessão do governador Romeu Zema permanece. “Se tiver de vencer a reeleição que seja nos moldes do que ocorreu há 4 anos, caso contrário, não compensa mudar de ares e depois ficar à mercê de alianças partidárias inconvenientes”, dizem alguns amigos do chefe do Executivo estadual.
“O partido precisa fazer alianças com o povo e esse caminho, para ele, é o mais democrático”, afirma a deputada Laura Serrano (Novo).
Voltando ao tema de entendimentos entre Zema e outras siglas, sabe-se da preocupação de seu grupo político em preservar o relacionamento com o deputado Marcelo Aro (PP). Presidente regional do Partido Progressistas (PP), ele, segundo consta nos bastidores, comanda mais quatro outros partidos menores e isso seria de grande valia para o projeto político do governador mineiro.
No entanto, as lideranças do Novo não parecem muito sensibilizadas e isso tem desagradado o secretário de Governo, Igor Eto, um dos coordenadores da candidatura à reeleição de Zema. Até agora, a linha defensora do nome do ex-secretário Mateus Simões para vice ganha cada vez mais terreno junto aos membros do grupo e da própria sigla.
Com isso, tudo leva a crer que se Aro realmente tiver a pretensão de ser um aliado palaciano, teria de aceitar colocar seu nome para a disputa ao Senado.
União Brasil com Kalil?
Para o advogado especialista em direito eleitoral Mauro Bomfim, qualquer partido, a partir de agora, não pode mais fazer aliança partidária formal, pois o prazo já se encerrou. Neste caso, a possibilidade do União Brasil se aproximar do pré-candidato Alexandre Kalil (PSD) deve ser apenas na base de apoio, sem que haja um “casamento perfeito”.
Enquanto os debates acontecem no âmbito interno, ele vai conquistando espaço. Agora, por exemplo, fora a aproximação com o União Brasil, deverá consolidar a convergência para o seu projeto com o PSB, além de muitos outros partidos de esquerda que já têm atuado ao lado do pré-candidato ao governo mineiro.
O ex-prefeito de Belo Horizonte, depois de sua aliança com o PT, tem circulado por uma média de 10 municípios por semana, debatendo as suas pré- -propostas nas diversas regiões do estado.
Em Minas
As convenções partidárias acontecerão de 20 de julho a 5 de agosto. Até lá, muitas movimentações serão registradas na cena política mineira, mas se a eleição fosse hoje, o presidente Jair Bolsonaro (PL) talvez tivesse de se contentar com o senador e vice-líder de seu partido, Carlos Viana, como seu candidato ao governo de Minas.
Assim, caberia ao político mineiro alavancar a candidatura à reeleição do presidente no estado. Se o palanque é fraco ou não dependerá do desenrolar dos próximos acontecimentos. Contudo, essa desidratação do comboio político de Bolsonaro em Minas poderia ser minimizada, caso outro aliado seu, o atual deputado Marcelo Álvaro Antônio (PL), se torne, efetivamente, candidato ao Senado.