De acordo com dados da Fundação João Pinheiro (FJP), Minas Gerais fechou o ano de 2021 com Produto Interno Bruto (PIB) em expansão de 5,1% no comparativo com 2020. O resultado foi superior ao PIB nacional, que teve crescimento de 4,6% no mesmo período. O setor de indústria e serviços são os principais responsáveis pelo aumento.
O desempenho do PIB mineiro aponta para uma recuperação em relação a 2020, o que impactou a atividade produtiva estadual. Na opinião do empresário Fabiano Cazeca, isso mostra que Minas é um caso à parte no que se refere à economia. “O empresariado do estado tem certa tranquilidade porque enxergam Romeu Zema (Novo) quase reeleito”.
Para ele, o fato de Zema ser empresário demonstra a que ele veio. “Temos uma situação privilegiada quanto a isso. Acredito, inclusive, que o segundo mandato pode ser melhor, uma vez que ele vai ganhar mais ritmo. O governador encontrou Minas quebrada e tinha uma visão de que conseguiria administrar sem fazer política. Mas aprendeu a lição quando viu que isso não era possível. Estou esperançoso, pois confio que se criou um cenário de estabilidade”.
Ele acrescenta que todos esses fatores fazem de Minas um espelho para o Brasil. “Somos um estado conservador, mas com um empresariado competente e pé no chão. Além disso, a economia mineira é diversificada, assentada na indústria automobilística e tem na construção civil uma geração de empregos grande. O setor de serviços também é expressivo”.
Para ele, não há com o que se preocupar no que se refere à economia mineira. “Passado o calor das eleições, que gera insegurança, creio que ela vai continuar crescendo. De forma gradativa, sempre com a cautela que é de praxe dos empresários do setor, mas para a frente e com constância”.
Na opinião de Cazeca, o cenário mineiro é o oposto ao nacional. Ele acredita que o atual quadro político irá impactar a economia de forma negativa, afinal, um está atrelado ao outro. “Estou decepcionado com o fato de a campanha estar se aproximando e as coisas não estarem acontecendo. A nível federal, o panorama está, mais uma vez, polarizado. Lula (PT) voltou a poder concorrer, o que fez com que Ciro Gomes (PDT) busque maneiras de diminuir o impacto sentido. Enquanto isso, temos Bolsonaro (PL) perdendo eleitorado”.
Neste sentido, o empresário afirma que é o momento de o centro conseguir um nome importante. “Mas ainda não existe uma pessoa onde a gente possa apostar em uma vitória. A campanha está atrasada, as lideranças foram destruídas e não houve recuperação. Isso me preocupa, afinal, não surgiu nenhuma figura que pudesse fazer frente”.
Ainda segundo ele, esse quadro impacta o empresariado. “Quando temos um político onde podemos apostar nele, mesmo que não ganhe, sua imagem se torna uma esperança. Isso muda o psicológico do empresário e dos trabalhadores, mas, a verdade é que não temos essa pessoa”.
Ele observa que há um desejo do empresariado em dias melhores. “Estamos em uma saída lenta da pandemia. O cenário melhorou, apesar de tudo. Belo Horizonte, por exemplo, foi uma cidade com um isolamento amplo, o que fez com que alguns segmentos sofressem mais do que outros. Mas todos estão tentando. Agora é esperar, mas confio que, se não tivermos mais surpresas, o tempo irá trazer a solução para os nossos problemas”.