Tendo sido a mulher mais votada da história da capital mineira em sua candidatura à vereadora e, posteriormente, assumindo uma cadeira na Câmara dos Deputados, Áurea Carolina é agora candidata à Prefeitura de Belo Horizonte pelo PSOL. Os pilares de sua luta são a defesa dos direitos dos negros e das mulheres, bem como a defesa da cultura e liberdade de pensamento.
Áurea afirma que olhar para os pequenos empresários é uma das suas prioridades, uma vez que observa que a pandemia da COVID-19 foi ainda mais aguda no Brasil e ajudou a escancarar as desigualdades socioeconômicas do país, sendo mulheres, pessoas negras, pobres e das regiões periféricas as mais vulnerabilizadas. “Defendemos que a retomada econômica da cidade se dê a partir da diversificação das atividades. Vamos construir um projeto para recuperação e dinamização da economia que priorize os pequenos empreendedores, que são os que mais geram empregos”.
A candidata tem ainda como intuito prestar mais atenção nas comunidades periféricas, nos empreendimentos sociais e de economia solidária, além de estudar a possibilidade de programas de financiamento para o micro e pequeno empresário como uma maneira de estimular o empreendedorismo e a economia popular nos territórios. “Nosso foco é dar condições para que essas pessoas possam retomar suas atividades e empregar outras para reaquecer a economia de Belo Horizonte que vem sofrendo bastante com a pandemia e a recessão”.
Outro ponto central é dar acesso integral à saúde da população. “Queremos melhorar a infraestrutura dos serviços, priorizando a atenção primária, fortalecendo as equipes da Estratégia Saúde da Família e os atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde. Visamos conectar as políticas de saúde à educação e assistência social, investindo em qualificação desses profissionais para uma abordagem que considere e respeite a diversidade populacional”.
As consequências do que ela chama de “indústria de enchentes” é algo que requer cuidado, visto que, anualmente, BH sofre com as chuvas. “As inundações são fruto de um modelo de cidade que privilegia o asfalto e o concreto. Por isso, a canalização dos cursos d’água aumenta sua velocidade e, assim, seu poder de destruição. A situação é agravada pelo acúmulo de lixo e sedimentos. Como resultado, BH sofre consequências terríveis”.
Para tentar sanar esse problema, Áurea quer fortalecer políticas de prevenção já pensadas anteriormente. “Como é o caso do Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (Drenurbs), além de universalizar o acesso ao saneamento básico e cuidar das áreas verdes e parques que contribuem para a drenagem e ajudam a estabilizar o clima”.
No âmbito educacional, ela enxerga o ensino como chave para que as pessoas construam uma vida de autonomia e liberdade. “É preciso pensar em políticas universais para todo mundo. Elas devem fortalecer a relação dos estudantes, professores e de toda a comunidade escolar. Queremos buscar medidas que possam evitar o baixo desempenho, a repetência e a evasão como consequência da pandemia. A ideia é que todos permaneçam na escola”.
Ainda no campo da educação, buscando diminuir os impactos da pandemia, Áurea acredita que o conteúdo escolar possa ser recuperado com estratégicas pedagógicas. “O momento é de garantir o retorno das atividades, mesmo que de forma remota, a fim de que a comunidade escolar conviva, aprenda e ensine também sobre este período que o mundo está vivendo. Precisamos garantir o debate democrático sobre os protocolos escolares, um planejamento consciente e seguro de todo o processo até a reabertura das instituições, pensando que esses também são lugares de acolhimento”.
Visando ampliar o acesso dos alunos, principalmente daqueles que estão em regiões periféricas onde, muitas vezes, não há acesso à internet, ela diz ser fundamental uma política de universalização na capital, que dê essa condição tecnológica a todos. “Temos que pensar nas diversas estratégias para assegurar a manutenção de vínculos afetivos e pedagógicos entre alunos e professoras”, finaliza.
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