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Mercado de flores projeta faturamento de R$ 8,5 bi

A primavera chegou na segunda-feira da semana passada, dia 23, e já promete agitar o mercado. Uma prova disso é que, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), o segmento de flores deve movimentar aproximadamente R$ 8,5 bilhões em 2019, número 8% maior se comparado com o ano passado.

O diretor do Ibraflor, Renato Optiz, diz que a nova estação é propícia para o aumento no consumo de flores, pois é uma época na qual as pessoas costumam refazer os seus jardins com a volta da chuva. Além disso, os locais onde vendem esses artigos também fazem promoções neste período. “O crescimento do faturamento nos últimos anos foi significativo – acima dos 10% – e isso aconteceu porque houve uma maior disponibilidade de flores e plantas de melhor qualidade e mais diversidade. Vários produtores importaram novas espécies e hoje é muito comum encontrá-las em diferentes pontos, desde supermercados, internet e até quiosques”.

Outro fator que influenciou nesse resultado é a presença das flores na decoração de eventos pequenos e médios. “Atualmente, muitas pessoas estão fazendo festas infantis, aniversário de algum parente ou amigo e usando esses artigos para deixar o local mais bonito e refinado. Fora isso, também temos a parte de serviços e acessórios que estão dentro dos R$ 8,5 bilhões”.

Em relação à produção para este ano, os números apontam um crescimento de 12% nas de plantas verdes em vasos; seguido das com flores com ou sem vasos (7%). Já as espécies para jardinagem, o aumento será de 4% e as flores de corte avançam 2%. “O posto de mais produzidas fica com as floridas, como violeta, azaleia, crisante, entre outros, mas a produção das plantas verdes subiu muito nos últimos 4 anos, pois elas duram mais e a manutenção é fácil”.

Além disso, o Brasil tem cerca de 8.300 produtores, 60 centrais de atacado (por exemplo, cooperativas), 680 atacadistas e prestadores de serviço e mais de 20 mil pontos de varejo. São cerca de 15.600 hectares de área cultivada, o que coloca o país no 8º lugar entre os maiores produtores de plantas ornamentais do mundo. “Essa posição se deve ao consumo interno, que é grande, pois a população brasileira é enorme e consome cada vez mais flores. Porém, o país é quase irrelevante em termos de exportação. Isso acontece porque estamos distantes dos principais mercados importadores, além de toda a burocracia, falta de estrutura, agilidade, horários e disponibilidades em voos”.

Para solucionar esse problema, Optiz afirma que é preciso melhorar, principalmente, a logística. “Dá para o país crescer nesse ranking mundial, mas oitavo lugar é bom se pensarmos no tamanho da economia e tradição nesse segmento”.

Empregos
Enquanto o país enfrenta uma taxa de desemprego em torno de 12% – equivalente a 12,8 milhões de pessoas –, o setor de floricultura vai na contramão desses dados. Em 2019, foram criados 209 mil postos de trabalho, sendo que 54% dessas vagas são no varejo, 39% na produção, 4% no atacado e 3% em outras funções.

Optiz reitera que, apesar da tecnologia ter contribuído com o aumento da produção de flores, com máquinas, estufas e outros equipamentos que substituíram a mão de obra, os trabalhadores ainda são necessários, principalmente as mulheres. “Mais de 80% das pessoas que trabalham nesse segmento são mulheres, pois elas são mais ágeis, tem um trato mais delicado no manuseio das plantas e isso faz diferença no produto final. E essa tendência acaba seguindo no varejo, com as decoradoras nas floriculturas e até as promotoras de supermercado”.