A questão imigratória no séc. XXI é uma situação que envolve todos os grandes países do mundo. Próximo do Brasil, a Venezuela atravessa, há cerca de 6 anos, uma das maiores crises políticas, econômicas e sociais de sua história. Motivados pela escassez, insegurança, falta de serviços de saúde e até carência de medicamentos, mais de 3,4 milhões de venezuelanos já deixaram o país, segundo a Organização das Nações Unidas. Foi pensando nesse cenário que o estudante Frederico Haas, 17, juntou-se a outros colegas para idealizar o Loyola Rock Festival Solidário, que acontece no dia 19 de setembro, de 18h às 21h, no Teatro Pe. Francisco Rigolin, que fica dentro do Colégio Loyola, na capital.
Amante da música, o estudante criou a banda Bomb, cover da banda norte-americana Rage Against The Machine, e resolveu unir sua habilidade musical com a solidariedade. “A iniciativa partiu de uma ideia de realizar um show. Mas, sensibilizado por questões sociais, pensei: por que não fazer um evento em prol de alguém? Foi quando mesclei as duas ideias, e surgiu o Loyola Rock Festival Solidário. Além de eu poder mostrar meu trabalho e música, estarei ajudando outras pessoas. Reuni músicos conhecidos e concretizamos a ideia”, afirma o jovem.
A banda, consciente que a grande maioria dos refugiados chegam ao país sem recursos para se reestabelecerem de forma independente, irá reverter 75% da venda dos ingressos do festival para o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados de Belo Horizonte (SJMR-BH) que, somente no ano passado, acolheu cerca de 1.900 imigrantes.
Para Wanderlay Balsamão, diretor de Formação Cristã do colégio Loyola, é essencial formar jovens responsáveis e solidários com as crises humanitárias com que convivemos. “O intuito é que eles tenham capacidade de identificar e propor soluções empáticas para problemas micro e macrossociais. Possuímos diversas ações que promovem o desenvolvimento de jovens socialmente conscientes. Somente em 2018, realizamos cinco ações em prol dos refugiados. Foram campanhas de arrecadação de donativos, doações de utensílios e apoio para empregar refugiados venezuelanos. A iniciativa do Frederico reforça que a nossa formação integral, que foca, também, no desenvolvimento de um cidadão do mundo, está sendo muito satisfatória”, comemora o diretor.