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Cresce em 12% a procura por intercâmbio de curta duração

Não é novidade que estudar um novo idioma é um importante upgrade para o currículo profissional. Os brasileiros têm se atentado cada vez mais a isso e, segundo dados da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta), o número de pessoas que embarcaram para o exterior para estudar cresceu 20,46% no ano passado, representando um total de 365 mil estudantes.

Uma outra vertente desse mercado também está em expansão: o intercâmbio de curta duração. Dados da agência World Study BH apontam um crescimento de 12% na procura por esse tipo de programa no primeiro semestre de 2019 em comparação ao mesmo período do ano anterior. O público feminino é o que mais investe nessa especialização de férias, sendo 54% dos estudantes.

O principal motivo desse crescimento, segundo o diretor da World Study BH, Paulo Silva, é a popularização do intercâmbio. “Ele está mais difundido e acessível. Além disso, com a economia do país instável, as pessoas tendem a querer se qualificar cada vez mais. Contudo, para não perder a vaga de emprego aqui no Brasil, acabam optando por um curso de curta duração, de 30 dias, visto que uma colocação no mercado de trabalho está difícil”.

O intercâmbio traz um destaque para o currículo do estudante no mercado de trabalho, mas Silva acrescenta outras vantagens. “O contato com um ambiente novo e a troca de cultural são importantes. A pessoa aprende com o outro e isso coloca diversos preconceitos por água abaixo. O intercâmbio nos remonta”.

Mas, será possível aprender uma nova língua em 30 dias? Paulo explica que sim. “Quem não teve contato com nenhuma língua estrangeira terá uma experiência mais desafiadora. A pessoa não volta bilíngue, mas dá um salto muito bom no aprendizado. Isso é importante, porque ela pode pegar gosto pelo idioma e criar uma afinidade que não teria em um cursinho aqui no Brasil. Muitas pessoas que participam desse tipo de programa acabam voltando e iniciando o curso com mais vontade”.

Para quem já estuda outra língua é o momento de aperfeiçoamento. “A pessoa faz uma imersão no idioma e coloca em prática todo o esforço que teve para aprender. Além disso, é a hora de pôr em xeque todos os ensinamentos que teve aqui, porque a dinâmica é diferente”.

O bancário Luiz Fernando Godinho, de 22 anos, ficou 30 dias em Londres e teve a oportunidade de colocar em prática o que aprendeu aqui. “Eu fiz curso no Brasil e já sabia bastante coisa, mas era um pouco travado para falar. No intercâmbio, estudei todos os dias, de 8h às 14h30, e foi muito importante. O contato direto com o inglês foi enriquecedor”.

Além disso, a relação com outras culturas deu a ele uma importante bagagem. “Fiz muitas amizades com pessoas de todos lugares do mundo. Japão, China, Alemanha, Espanha e isso foi bem legal. Gosto muito do inglês e me esforcei para falar a língua o tempo todo que estava lá, inclusive com outros brasileiros”.

Ele optou pelo intercâmbio de curta duração por causa do trabalho. “Eu tinha 30 dias de férias para viajar e meu intercâmbio durou esse tempo. Foi muito corrido, mas me programei e a experiência foi 100% positiva. Aproveitei para conhecer vários lugares, já que foi a primeira vez que saí do país. O investimento valeu muito a pena”, conclui.

Dicas

O diretor da World Study BH dá dicas de como procurar o melhor intercâmbio. “A primeira orientação é buscar uma empresa especializada e com credibilidade. Hoje em dia existem muitas que não são confiáveis. A Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio tem o Selo Belta que visa regularizar as empresas do ramo no Brasil”.

E acrescenta: “Por aqui, existem mais de 60 agências voltadas a esses tipos de curso, mas só 14 tem esse elo. Elas são as melhores. Além disso, outra dica é conversar com pessoas que já fizeram o intercâmbio, para saber mais sobre a experiência no país de destino e sobre a viagem. Por fim, acessar sites, como o Reclame Aqui, para checar possíveis problemas enfrentados pela empresa escolhida e tentar se inteirar ao máximo dos programas e pacotes que ela oferece”.