Elas chegam para alguns na adolescência. Às vezes, mais leves e discretas, em outras, nem tanto. Estamos falando das acnes, condição que atinge cerca de 18 milhões de jovens brasileiros entre 13 e 18 anos. Trata-se de uma inflamação da pele, que se apresenta nas regiões onde o corpo têm mais glândulas sebáceas.
Apesar de ser comum na adolescência, é na fase adulta que os cravos, espinhas e, até mesmo, cistos podem indicar um problema mais sério, principalmente no sexo feminino na faixa dos 25 anos. É o que explica a dermatologista Teresa Noviello. “Quando a pessoa já tem acne na adolescência e ela persiste na fase adulta, a gente entende que é algo hereditário. Porém, na maioria dos casos, o problema nessa idade é consequência de alguma alteração hormonal ou tratamento que a pessoa esteja fazendo e que tenha corticoide, por exemplo”.
Teresa acrescenta que é necessário uma investigação do que está causando a acne. “Se há alteração em alguma glândula, aumento da produção hormonal ou simplesmente o uso de hidratantes, protetor solar ou qualquer outro produto que não seja indicado para aquele tipo de pele. Mas, o principal fator é o hormonal. O ovário policístico é o que mais faz com que as mulheres tenham acne na fase adulta”.
Foi o que aconteceu com a estudante de Relações Internacionais Bianca Lopes. Ela conta que o surgimento da acne foi o que fez ela perceber que algo poderia estar errado. “Eu tive uma espinha ou outra na adolescência, mas, de um modo geral, minha pele sempre foi limpa. Quando fiz 27 anos comecei a ter muitas, principalmente nas bochechas”.
Bianca recorda que eram inflamações grandes, dolorosas e que demoravam dias para sair. Contudo, ela procurou um dermatologista. “Fui ao consultório acreditando que ele me passaria algum creme para tratar, mas depois de uma série de perguntas sobre o histórico da minha pele, ele indicou que eu fosse a um ginecologista”.
Após algumas semanas, ela recebeu o diagnóstico de Síndrome do Ovário Policístico – distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários. “Comecei a fazer uso de um anticoncepcional específico que me ajudou com o problema e consequentemente aliviou a acne”.
Teresa diz que é comum os dermatologistas encaminharem os pacientes para outros especialistas, uma vez que a causa da acne precisa ser tratada, como foi o caso de Bianca. “Eu já indiquei pessoas que foram ao meu consultório para endocrinologista porque parecia algo hormonal. No entanto, é importante frisar que a acne não é normal, é sempre preciso procurar um dermatologista para o tratamento”.
Ela também alerta para alguns hábitos. “Quando a pessoa usa algum produto e a pele responde com a acne, devemos, imediatamente, suspender o uso. E o indicado é fazer a limpeza correta, às vezes um tônico que limpe e diminua a oleosidade. Alguns procedimentos, como peelings também podem ajudar, pois a acne não tem cura, mas controle”.
Algumas atitudes podem evitar o problema quando ele não tem uma causa específica. “Fazer limpeza, utilizar a maquiagem indicada para seu tipo de pele e removê-la sempre antes de dormir, além de um protetor solar eficiente e uma alimentação saudável são cuidados essenciais”.