Nós crescemos acreditando que, em época de Natal, são os duendes que ajudam o Papai Noel com os presentes. Mas, aqui no Brasil, os ajudantes do bom velhinho, são pessoas de bom coração que criam projetos e ações a fim de dar conta das demandas de cartinhas repletas de pedidos dos pequenos. Uma delas é a famosa campanha Papai Noel dos Correios, que atendeu cerca de 2,5 milhões de cartas nos últimos 3 anos. Em 2016, 450 mil pedidos foram realizados, sendo 71.233 em Minas Gerais.
Para este ano, a expectativa é atender 1 milhão de cartinhas em todo o Brasil. Minas Gerais é Estado pioneiro da campanha e o que mais abraça a causa, a organização do projeto prevê atender 153 mil desejos. “O Papai Noel dos Correios começa a ser organizado em agosto. Nós selecionamos as escolas com um perfil socioeconômico menos favorecido. E aí fazemos reuniões com essas instituições a fim de orientar mais sobre o projeto”, explica o coordenador da campanha Wanderley Venturini.
Ele acrescenta que, um dos objetivos é estimular a escrita. “Fomentamos essa prática e fazemos com que a criança exercite sua criatividade, além de toda aquela coisa lúdica do Papai Noel. E existe um outro que é de promover a solidariedade e exercer a cidadania. Tudo isso é fundamental. A gente resgata o que tem de bom dentro das pessoas, fazendo com que doem algo a alguém que nem conhecem. Isso é um ato cidadão”.
Wanderley elucida que todas as cartas são lidas e cadastradas em um sistema específico. “E aí partimos em busca de apadrinhamento. Hoje, temos empresas que pegam uma quantidade de cartas ou até mesmo acolhem uma escola inteira. E acabam por fazer um trabalho entre seu público interno. E também aquelas pessoas que se dirigem até uma agência e adotam uma cartinha”.
O coordenador da campanha explica como é entregue os presentes. “Normalmente a maior parte é distribuído na escola com a presença dos pais e dos representantes dos Correios. E, também, tem um percentual menor que é entregue pelos correios”.
Na prática
A fotógrafa Camila Ribeiro já tem o hábito de adotar algumas cartas há alguns anos. “Eu e minha mãe achamos a iniciativa muito bonita. Quando estávamos bem financeiramente, pegávamos até 14 cartinhas. Em tempos mais difíceis, pegamos duas. Mas nunca deixamos de contribuir porque faz um bem danado ao coração”.
Ela diz que inúmeras vezes ficou emocionada ao ler os pedidos. “Por ser criança, a gente não imagina, mas muitas pedem cesta básica, comida para ter uma ceia de Natal boa. Lembro-me de uma que escreveu que, se o Papai Noel desse alimento a eles, ela daria um jeito de colocar leite e biscoito na mesa para que ele pudesse comer também”.
Para Camila, abraçar a causa é essencial. “Nós precisamos cuidar de nossas crianças, independente de raça, credo e de onde elas vêm. Os pequenos são peça-chave de nossa sociedade. Participar disso é muito bacana”.
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