A obesidade pode ser a porta para diversas doenças, entre elas diferentes tipos de câncer, com destaque para o de mama. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais, Waldeir Almeida Junior, explica que a obesidade pode alterar os hormônios causando um processo de alteração celular, por isso é um fator de risco para que a mulher desenvolva o câncer de mama.
Ele acrescenta que não existe prevenção para a doença porque não se sabe qual é sua causa, porém, o especialista informa que o câncer é considerado uma epidemia, atingindo em torno de 58 mil mulheres. “A maior questão do Outubro Rosa é mostrar que é fundamental que a mulher se cuide todos os dias e não só neste mês, conscientizá-las de que há hábitos que irão diminuir as chances delas desencadearem o problema”, afirma.
Pensando nisso, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas Gerais, lança a campanha “Todo mês pode ser rosa. Da saúde, se cuida diariamente” a fim de alertar a população sobre hábitos de vida e de alimentação saudável.
Estilo de vida
A nutricionista do Instituto Mineiro de Obesidade e Cirurgia, Ana Paula Meireles, declara que, hoje, a obesidade é comum devido aos hábitos de vida do indivíduo. “As pessoas são muito sedentárias, além de ter uma vida estressante e corrida. Isso faz com que elas acabem optando pela praticidade da na alimentação industrializada. E essas comidas para durar mais tempo, levam aditivos que são a base de sódio, açúcar e gordura”.
Essa era a realidade da balconista Patrícia Melo, que chegou a obesidade mórbida. Ela conta que comia tudo o que não devia, como massas, fast-food, doces, refrigerantes etc. “Não foi fácil aceitar a condição em que cheguei, mas, ou eu tomava uma atitude ou poderia ter outras doenças e, inclusive, morrer. Fiz a cirurgia de redução de estômago há 2 anos e, hoje, vivo muito melhor”, celebra.
Patrícia explica que sua vida mudou. “Eu não consigo comer muito por causa da cirurgia. Mas, opto por uma alimentação saudável, além disso, faço academia para manter o peso atual. Consigo fazer várias coisas que não fazia antes, como, por exemplo, sair para dançar que é uma coisa que eu amo, mas que me deixava exausta”.
Ela conclui dizendo que: “Não é fácil saber que deixei chegar no limite. Porém, é preciso ter amor próprio para entender que é uma condição que só faz mal a nós mesmos. Por isso, não deixem a correria do dia a dia tomar conta de você. Tire um tempo para praticar exercícios físicos. A vida fica muito melhor e sua saúde e autoestima agradecem”.
Estatística alarmante
A obesidade é considerada pela OMS o maior problema de saúde pública no mundo. Atualmente, 50% da população é considerada acima do peso ideal, sendo 17,9% deles obesos. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões atinjam a obesidade.
De acordo com a nutricionista, a obesidade é uma doença inflamatória grave e multifatorial. “Ela pode ser genética que é quando a pessoa tem um desequilíbrio endocrinológico e desencadeia o sobrepeso. E também ter fator ambiental que é a realidade vivida hoje. Neste caso, a pessoa faz a escolha de ter uma alimentação ruim, hábitos de vida errados que impactam diretamente no ganho de peso. Inclusive, esse é o maior causador da obesidade”, finaliza.