A volta do período escolar deixa muitos pais em alerta para um problema comum entre as crianças: o piolho. A pediculose, nome dado a infestação dos parasitas, atinge cerca de 2 milhões de pessoas a cada ano. E, ao contrário do que muitos pensam, a doença acomete também os adultos.
De acordo com a diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Minas Gerais, Michelle Diniz, o problema é mais frequente em crianças devido ao contato. “Elas ficam muito próximas umas das outras e isso é a chave para a transmissão”.
Ela acrescenta que o principal sintoma é a coceira, mas, que o problema pode trazer outros sinais ou até mesmo ser assintomática. “O piolho adulto se alimenta de sangue e resto de pele. Na hora que ele faz essa alimentação, acaba gerando uma irritação no local. Além da coceira no couro cabeludo, a nuca e a região atrás da orelha também podem incomodar. Mas há quem não sinta nada ao ser acometido pelo inseto”.
A dermatologista informa que existem três tipos de piolho mais comuns. “O primeiro que afeta a cabeça e é extremamente normal de se pegar. Outro que se espalha no pelo do corpo e o último que atinge os adultos e se localiza na região genital, podendo ser transmitido, inclusive, pela relação sexual”.
Ela elucida que, apesar do incômodo, a pediculose não é grave, mas por ser uma infecção, precisa ser tratada. “Se a pessoa não cuidar pode causar infecções secundárias. Dificilmente o problema vai se curar espontaneamente, é preciso intervenções”.
Os principais recursos terapêuticos utilizados para acabar com o pilho são loções ou medicamento via oral. A especialista esclarece que é importante que a pessoa busque auxílio médico, principalmente se for fazer o tratamento medicamentoso. É preciso saber a dose correta que, muitas vezes, é medida pelo peso”.
No entanto, segundo Michelle, na grande maioria dos casos, a pediculose é tratada de maneira tópica. “Usamos loções, shampoos e também a remoção das lêndeas com o pente fino. Vale frisar que elas são os ovos e que se não forem removidas, a infecção se mantêm, já que elas viram um piolho adulto e continuam se reproduzindo. Hoje, a maioria dos remédios e produtos matam os dois”.
É possível evitar o piolho?
É comum que as escolas peçam para os pais observarem se seus filhos estão com pediculose, há algumas que até, inclusive, proíbem que as meninas usem cabelos soltos. A especialista diz que essa é uma maneira de evitar o problema, mas que não é 100% confiável. “Com o cabelo preso, a chance de contato é menor. E para o piolho ir de uma cabeça a outra, ele precisa de proximidade, por isso adultos tem com menos frequência”.
Michelle acrescenta que a principal maneira de preservação é evitar o contato direto com a pessoa infectada e seus utensílios como pente, presilha, toalha etc. É o que tem feito a dona de casa Isabela Santos. Ela conta que sua filha teve o problema quando entrou na escolinha. “Depois de alguns meses ela começou a coçar. A professora disse que algumas alunas estavam tendo os sintomas também. Cuidando dela eu também peguei. Acabou que fomos ao médico e ele nos receitou um remédio e loção. Melhorou, mas verifico todos os dias”.
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