Após a recessão, que assolou o Brasil nos últimos anos, a economia apresenta sinais de recuperação. É o que demonstra o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (ICEI/MG), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em parceria com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI). O ICEI/MG registrou 56,4 pontos em novembro, melhor nível desde setembro de 2012, quando marcou 57 pontos.
Ademais, pelo terceiro mês seguido, o índice situou-se acima dos 50 pontos – valor que separa o sentimento de confiança e de falta de confiança -. Já o ICEI do Brasil marcou 56,5 pontos, maior número desde março de 2013 (57,1 pontos).
Annelise Rodrigues, analista de estudos econômicos da Fiemg, ressalta que o ICEI/MG é composto por dois indicadores: percepção do empresário em relação às condições de negócios atuais e as expectativas para os próximos 6 meses. “O que percebemos é que a melhora no índice de confiança foi definida por esses dois fatores e teve grande influência, principalmente, dos empresários de grande porte”.
O índice de condições atuais registrou, em novembro, 51,3 pontos. Esse número foi o segundo acima de 50 pontos no ano e o melhor registrado desde março de 2017. Já em relação à expectativa para os próximos meses, os empresários se mostram confiantes, pois o índice alcançou 59 pontos. Porém, apesar de todo esse cenário positivo, Annelise faz uma ressalva: “2018 é um ano eleitoral, então temos que aguardar para ver os desdobramentos. Afinal, o resultado das eleições pode influenciar na forma como será conduzida as políticas econômicas e, consequentemente, a recuperação ou não da crise”, finaliza.
Cautela nos investimentos
A crise foi um momento para se readequar às novas exigências de um mercado mais competitivo para a fábrica Batata Palha Creck, localizada em Ponte Nova, Zona da Mata de Minas Gerais. O gerente Walter Burjaily reitera que esse foi o período no qual os negócios mais expandiram “A crise ensina a gente a trabalhar. Se notamos que naquele lugar não há mais demanda, temos que nos adaptar e abrir novos clientes”.
Para o ano que vem, a fábrica pretende fazer novos investimos, mas com cautela, pois ainda estão inseguros quanto à demanda do mercado. “2017 foi um ano bom para a Creck e, devido ao aumento dos pedidos, tivemos que comprar um caminhão novo. Para 2018, precisávamos expandir o terreno onde produzimos a batata, entretanto esse é investimento que ainda não devemos fazer”.
Já para Tropeira Alimentos, os anos de recessão foram de corte de gastos. Agamenon Magalhães, gerente financeiro, conta que em 2015 o faturamento da empresa era de R$ 100 milhões e, em 2016, caiu 20%. “Tivemos que reduzir os custos internos. Trabalhávamos em três turnos e, ano passado, cortamos o noturno”.
Magalhães relata que o lucro para este ano deve voltar ao patamar de 2015 e, para 2018, espera-se aumentar os rendimentos. “Queremos crescer 5% e faturar R$ 105 milhões”, finaliza
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