Que o brasileiro é criativo, todo mundo já sabe. Mas, com a dificuldade de se recolocar no mercado de trabalho sendo enfrentada por muitos, essa criatividade pode ser uma saída para conseguir uma renda extra. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no segundo trimestre, 1 milhão de pessoas migraram para o mercado informal. Foi o caso das primas Mayara Abreu, Mariana Luiza e Mylla Dias que, há 3 meses, criaram o brechó online “Barato de Luxo”.
Mayara conta que a ideia surgiu de um hábito. “Frequentamos brechós desde criança e sempre trocamos roupas entre nós, além de gostarmos bastante de moda. O tema é comum em nossas conversas e, por fim, o acervo de peças que tínhamos estava muito grande e não usávamos nem 20% delas”.
Feita todas essas constatações, o trio percebeu que existia interesse das pessoas por essas roupas e que disso poderia surgir um negócio. “Nós notamos que várias amigas se identificavam com o nosso estilo e maneira de se vestir. Elas nos perguntavam aonde comprávamos as peças. E, assim, o brechó nasceu. Começamos a vender o que estava parado em nosso guarda-roupa. Eu havia saído do trabalho para me dedicar aos estudos, a Mariana precisava de dinheiro e a Mylla estava poupando para casar. Com isso, criamos uma meta para fazer o lance dar certo”.
À medida que o brechó foi crescendo, as sócias foram buscando outros meios de ampliar o estoque. “Temos amigas e conhecidas que trazem coisas, fazemos uma triagem e a pessoa coloca um preço. Desse valor, ficamos com 30% e passamos 70% para as donas. O prazo máximo que ficamos com uma peça é 2 meses e tem um contrato referente a esse tempo”.
Ela acrescenta que auxilia as pessoas na hora de colocar o preço em cada peça. “Quem estipula esse valor final é a dona, mas nós orientamos que o que vende são roupas de qualidade e mais baratas. No entanto, apesar da nossa média de preço ser de R$ 30 a R$ 50, nós já vendemos acessórios de marca, as pessoas tem fetiche por isso. Bolsas de grandes marcas, como Dior e aí o preço varia de R$ 500 a R$ 600”.
Atendimento
Para Mayara, a forma de atender as clientes faz toda a diferença. “Estamos fidelizando o nosso público e, às vezes, nem chegamos a divulgar as roupas no estoque. Quando chega alguma peça, já sabemos qual cliente vai gostar dela. Acaba que isso faz com que nosso atendimento seja algo mais exclusivo, diferente das grandes lojas de fast fashion. A gente também se preocupa em ajudá-las a montar um look, esse é um conceito que temos: fazer as pessoas terem acesso a moda”.
Por isso o trio decidiu não retirar as fotos, do Instagram, após vender a peça. “Deixamos para que as clientes possam entrar e se inspirar nos looks que montamos. Eles servem como sugestão, porque, apesar da exclusividade das peças, todo mundo tem em casa uma roupa que se assemelha. Ás vezes, o brechó também auxilia a pessoa na hora de se vestir e esse tipo de trabalho nos deixa muito feliz”.
Para conferir os looks, basta acessar o Instagram. A entrega é feita pessoalmente ou via frete. Além disso, a pessoa pode agendar uma visita ao acervo do brechó.
Você sabia?
Dos jovens entre 18 e 32 anos, 14% são autônomos e 6% empreendedores.