Entre os dias 24 de janeiro e 1º de fevereiro será realizada a 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, na região Central do Estado, que abre o calendário audiovisual de 2025. Com programação totalmente gratuita, em formato on-line e presencial, o evento apresenta, exibe e debate o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, em pré-estreias mundiais e nacionais.
A Mostra oferece um espaço de formação, apreensão e discussão do cinema brasileiro, realiza a Mostrinha de Cinema, Mostra Valores, promove o 28º Seminário do Cinema Brasileiro, o 3º Fórum de Tiradentes, Rodas de Conversa, Programa de Formação, Conexão Brasil CineMundi, performances, lançamentos de livros, exposições, shows e atrações artísticas. Destaca e premia filmes eleitos pelo Júri Oficial, Jovem e Popular.
Serão exibidos 140 filmes, sendo 43 longas, 1 média e 96 curtas- -metragens vindos de 21 estados, divididos em 62 sessões. Debates; bate-papos, após as sessões; e rodas de conversa completam a experiência cinematográfica. A coordenação espera, em média, 38 mil pessoas no evento, cinco vezes a população da cidade.
A coordenadora-geral da Mostra de Cinema, Raquel Hallak, destaca que o evento tem um impacto significativo tanto para Tiradentes quanto para o Brasil, no ponto de vista econômico e cultural. “É um empreendimento reconhecido nacional e internacionalmente com foco na formação, reflexão, exibição, promoção e difusão do cinema brasileiro, criando oportunidades econômicas e culturais. Ao mesmo tempo em que facilita a troca e o desenvolvimento de ideias e produções cinematográficas”.
“A Mostra Tiradentes contribui para a geração de turismo, movimenta a economia local, com mais empregos e renda. Atua como plataforma de lançamento do cinema brasileiro, especialmente para filmes independentes, gerando interesse e investimentos na produção cinematográfica nacional, além de contribuir para o aumento da visibilidade das produções no mercado internacional. O evento oferece oportunidades de aprendizado e de networking, o que favorece o fortalecimento do cinema nacional e o desenvolvimento de novos talentos”, acrescenta.
Ela afirma também que a Mostra mantém sua essência como plataforma de lançamento do cinema brasileiro contemporâneo e como espaço de inovações e inquietações na cinematografia nacional. “A cada edição trazemos novidades com novas abordagens, sessões temáticas, revelamos novos talentos, provocamos novas discussões e tendências. Tem uma função de destaque na construção de um panorama contemporâneo do cinema brasileiro, refletindo temas sociais, culturais e estéticos da atualidade”.
Que cinema é esse?
Neste ano, a curadoria do evento adotou a temática “Que cinema é esse?”. O coordenador curatorial, Francis Vogner dos Reis, explica que a pergunta da temática estimula olhar uma multiplicidade de produções, muitas vezes desconhecidas ou fora do circuito tradicional. “O cinema não é ‘o’ cinema, mas ‘os’ cinemas, compostos por uma dinâmica povoada de olhares, práticas e ideias contrastantes”.
“É necessário preservar e restaurar filmes, fazer pesquisa e crítica, programar obras e formar novos públicos. Tudo isso faz parte do ato de ‘fazer cinema’, porém, é preciso também reconhecer as distinções e hierarquias dentro dessa multiplicidade”, complementa o coordenador.
Homenageada
A Mostra homenageia, neste ano, a atriz Bruna Linzmeyer, um dos nomes mais representativos de sua geração. Com uma carreira marcada pela coragem e versatilidade, Bruna transita entre o cinema independente e produções televisivas de grande alcance. Nascida em Santa Catarina, começou sua trajetória artística aos 16 anos, estreou na televisão em 2010, e no cinema, tem uma filmografia significativa, com filmes como “Medusa” (2023), de Anita Rocha da Silveira, e “Cidade; Campo” (2024), de Juliana Rojas.
Raquel ressalta que a homenagem a Bruna celebra não apenas sua trajetória como atriz, mas também o engajamento com um cinema inventivo, poético e provocador. “Ela não só é uma atriz talentosa, mas uma mulher de seu tempo, que se vincula às lutas e à criação de uma arte do prazer e da rebeldia. Bruna soma carisma rebelde, uma fotogenia rara e um talento mutante a cada projeto que faz”.