Setembro é um mês que nos presenteia com aromas e cores: inicia-se a primavera no dia 21. No entanto, desde o final do inverno no hemisfério sul, nossas árvores como o ipê e a caraíba vislumbram-nos beleza inefável com o matiz das floradas que harmonizam o horizonte de nossas retinas.
Sendo 2024 um ano dos mais quentes de que se tem notícias desde quando a temperatura foi medida em 1880, a Terra vem mudando paulatinamente. Nunca o planeta será igual o tempo todo. Claro que o processo leva milhares ou milhões de anos para as mudanças, quando, por exemplo, a Groenlândia, a maior ilha do mundo, pertencente ao Reino da Dinamarca, era tundra verde há 416 mil anos.
O fogo tomando conta. A falta de chuva, que deveria aparecer no final do inverno e início da primavera, em várias partes do território nacional, deixa consequências graves, aproveitadas por gente maldita que destrói a vida no presente, destrói a vida para os que virão, acaba com o que existe de mais belo na Terra. Bandidos aos quais deveria ser aplicado a tolerância zero por parte de todos, notadamente da polícia, da justiça e do Estado. Nunca se queimou tanto a natureza, incluindo pastagens e agricultura, no Brasil como neste ano, e a culpa maior nesse contexto é humana, principalmente pela maldade dos movimentos dos sem-terra, que a maioria não produz e só sabe destruir, e de indivíduos (não merecem ser chamados de pessoas) inescrupulosos. E a eficiência do Estado para combater esse crime hediondo é quase nula.
O ser humano contribui para apressar o processo de transformação na crosta terrestre e no seu espaço atmosférico, mas não é ele exatamente o que causa as mudanças relativas ao clima. Mudanças climáticas são resolvidas na própria natureza, sendo o homem muito pequeno para essa interferência em questão drástica. Deve-se prevenir com educação básica e familiar e multas pesadas, ou outro tipo de sanção; conscientizar de forma abrupta e proibir, inclusive, o uso do plástico como ele é produzido e descartado na natureza de maneira abusiva e intolerável, entre outros tipos de lixos, incluindo os tóxicos, principalmente os de alta periculosidade. A Terra não durará para sempre, mas quem somos nós para medir isso, nos nossos pequenos, mas gigantescos movimentos de rotação e translação. Tudo é ilusão, mas o mundo em que vivemos é real, fantástico e belo, infinito e perigoso.
Não somos nós a causa da destruição do Globo. Entretanto, contribuímos para a sua poluição, que depende do tempo de decomposição, como o do plástico, que leva cerca de 500 anos para se decompor. Só aí, no mínimo passariam umas dez gerações; fralda descartável, 600 anos; pneus e vidros, indeterminado. Melhor reciclar e não rejeitar indiscriminadamente.
Dom Bertrand de Orleans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil, imperador de jure, no seu livro Psicose ambientalista, 176 p., lançado em 2012 pelo Instituto Plínio Corrêa, sucesso já em sua nona edição, traduzido no X para espanhol e inglês, tem razão em dizer que os adeptos do aquecimento global vêm promovendo um estarrecedor ecoterrorismo publicitário a propósito do clima. Ele diz: “Os ambientalistas sectários, ‘vermelhos’ que ficam ‘verdes’, utilizam as armas da intimidação e da fraude para atingir seus objetivos. Aliás, fazem questão de escondê-los”. Ele cita vários autores ambientalistas no seu livro, como os radicais ou não, e faz comparações. Entre eles o ex-conselheiro presidencial socialista francês, Jacques Attali: “A História nos ensina que a humanidade só evolui significativamente quando ela sente medo verdadeiramente. Assim conseguiremos criar as bases de um verdadeiro governo mundial, mais rápido do que impelidos por simples razões econômicas”.
A Terra é um lugar infinito para nós que passamos por ela muito rápido, num finito tão ínfimo, mas que nos garante escolher o melhor para continuar sendo um lugar plausível, respeitado e aconchegante, numa sobrevivência sóbria e solidária enquanto somos.