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CNC prevê crescimento de 2,9% no turismo nacional este ano

Foto: Freepik.com

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) ampliou de 2,7% para 2,9% a expectativa para o turismo no Brasil em 2024. A aposta otimista veio após dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) mostrarem que o país encerrou o primeiro semestre com a marca de 3.597.239 turistas internacionais. O número é 9,7% maior que o observado no mesmo período de 2023 e 1,9% acima do registrado em 2019. A expectativa é que esse ano termine com uma marca superior ao recorde de 2018 (6,6 milhões).

Outro fator positivo é o consumo dos turistas estrangeiros no Brasil, que alcançou um recorde histórico. No primeiro semestre de 2024, US$ 3,7 bilhões (R$ 20,9 bilhões) foram injetados na economia do país por meio do turismo internacional. O resultado ultrapassa o primeiro semestre de 2014, ano da Copa do Mundo e, até então, o melhor período da história, quando os viajantes deixaram US$ 3,5 bilhões (R$ 20,2 bilhões) na economia brasileira. Os dados são do Banco Central.

A economista Marcela Andrade diz que o aumento no fluxo de visitantes está impulsionando a economia, estimulando o setor de serviços e promovendo investimentos em infraestrutura. “Os turistas internacionais gastam dinheiro em várias áreas durante suas viagens, incluindo hospedagem, alimentação, transporte, entretenimento e compras. Esse gasto direto contribui para a receita dos negócios locais e gera empregos e fluxos financeiros significativos para o país”.

“A demanda crescente pode incentivar investimentos em infraestrutura, como a modernização e expansão de aeroportos, rodovias, transporte público e instalações turísticas. Esses investimentos não só melhoram a experiência do visitante, mas também beneficiam a população local, além disso, o aumento do turismo externo pode atrair investimentos estrangeiros no setor e em outros segmentos relacionados”, completa.

Ela explica que o turismo é uma forma de diversificar a economia, reduzindo a dependência de setores tradicionais como agricultura e indústria. “Ele também gera receita fiscal através de impostos sobre bens e serviços consumidos pelos visitantes, como o Imposto sobre Serviços (ISS) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O aumento do número de turistas pode levar a um incremento na arrecadação fiscal, o que pode ser utilizado para financiar serviços públicos e projetos de infraestrutura”.

Segundo a CNC, a desvalorização do Real tem contribuído para o aumento do fluxo de viajantes estrangeiros que visitam anualmente o Brasil. “Com uma moeda mais fraca, o custo dos bens e serviços para os turistas estrangeiros, como alimentação, transporte e hospedagem, é reduzido em termos de suas próprias moedas. Isso pode levar a uma maior escolha do Brasil como destino turístico em comparação com países onde o custo de viagem é relativamente mais alto. Mas há diversos outros fatores, como o aumento do turismo de negócios, eventos e festivais de grande escala e até mesmo campanhas de marketing eficazes por parte de órgãos do governo”, afirma Marcela.

O especialista em turismo, Frederico da Costa, ressalta que o aumento de visitantes pode levar a um maior foco na preservação e valorização do patrimônio. “Com a demanda crescente por atrações culturais e naturais, pode haver um incentivo adicional para a conservação de sítios históricos, parques nacionais e outras áreas de interesse. Isso também pode gerar oportunidades para educação e sensibilização sobre a importância da preservação ambiental e cultural”.

“Um turismo internacional crescente pode fortalecer a marca do Brasil como um destino turístico global de alta qualidade. Isso pode aumentar a visibilidade do país no cenário global, atrair mais turistas e investidores, e promover uma imagem positiva que beneficia o país em termos de diplomacia e comércio”, conclui.