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Novo sistema de fossa rural

Carece de mais visibilidade um projeto comandado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), com a finalidade de evitar o despejo de milhões de litros de esgoto na natureza, especialmente nas zonas rurais, contribuindo para o equilíbrio do meio ambiente. Nos últimos tempos, a empresa mineira tem incentivado a adoção de fossa de evapotranspiração (Tevap). Segundo os técnicos envolvidos, o sistema é simples, barato e ecológico, podendo ser feito com materiais recicláveis e durar mais de 20 anos.

Atualmente, o processo já foi instalado em cerca de 4 mil pontos, beneficiando uma média de 20 mil pessoas. O material utilizado nos tanques consiste em cimento sobre uma estrutura de ferro, acrescentando tijolo de cerâmica, blocos de cimento, lonas plásticas, caixas plásticas ou de fibra. Dentro, faz-se uma câmara de pneus velhos, que basicamente é um túnel, onde ocorre a decomposição da matéria orgânica vinda do vaso sanitário. O tanque é preenchido com entulho da obra até a altura dos pneus, seguido por uma camada de aproximadamente dez centímetros de brita, outros dez centímetros de areia, e por fim, a de terra adubada. Complementando o projeto, é plantada uma vegetação de folhas largas, especialmente de bananeiras, para a devida absorção da água, além do composto mineralizado.

Técnicos da Emater-MG lembram sobre a necessidade de se formar parceria, especialmente com as prefeituras municipais, para que seja facilitada a implementação e adoção do sistema. Mas de acordo com explicações da própria empresa, o método pode ser usado também nas cidades, especialmente nas periferias, com a finalidade de evitar a possível contaminação de leitos de rios e córregos.

A diferença do processo novo para o sistema de fossa antiga é enorme. Por exemplo, a duração da estrutura no esquema anterior é de apenas 4 anos, enquanto no processo vigente é de 20 anos. Claro que essa invenção mineira precisa de mais difusão, engajamento das prefeituras municipais e participação da própria comunidade, para garantir o incremento de novas instalações nas mais diferentes regiões do nosso Estado. É uma inovação que pode mudar o hábito da população.