Vai sobrar emoção na reta final deste Campeonato Brasileiro. Faz tempo que a competição não tem uma briga tão acirrada pelo título e também pelo rebaixamento. A alternância de Botafogo, Palmeiras e Flamengo na ponta da tabela deixa a briga pelo título totalmente indefinida. Na luta para escapar da degola, Goiás, Bahia, Vasco, Cruzeiro, Santos e até o Corinthians ainda correm risco do fantasma da série B. Mas o que mais chama a atenção neste Brasileirão é a queda de rendimento do Botafogo neste segundo turno.
Líder desde a 3ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Botafogo perdeu a liderança para o Palmeiras nesta 35ª rodada. As incríveis 11 vitórias consecutivas como mandante fizeram do Nilton Santos um grande aliado do Botafogo, que disparou na liderança do Campeonato Brasileiro. Porém, a ótima sequência de triunfos foi quebrada contra o Flamengo, que venceu o clássico na casa botafoguense, em 2 de setembro, pela 22ª rodada. Deste modo, incluindo este jogo, são seis partidas consecutivas sem vencer no Nilton Santos. Contra Flamengo, Goiás, Athletico, Cuiabá, Palmeiras e Santos, o Botafogo somou três de 18 pontos possíveis.
Com uma campanha que colocou o Botafogo em posição surpreendente até internamente, a ansiedade foi posta como principal desafio do Alvinegro ainda antes da virada do turno. Era um cenário esperado, afinal, o clube da Estrela Solitária não conquista um título de expressão nacional desde 1995. Havia o temor que fatores internos impactassem no dia a dia, mas a primeira instabilidade foi criada no próprio departamento de futebol, com Bruno Lage colocando o cargo à disposição após a derrota para o Flamengo.
O pronunciamento do técnico pegou os demais profissionais do clube de surpresa. Três jogos depois, o português acabou demitido pelo Botafogo. A passagem de 16 jogos de Bruno Lage e sua comissão técnica acabou marcando o início da instabilidade do time no Campeonato Brasileiro.
Mesmo com a chegada de Tiago Nunes, a responsabilidade maior passa pelos jogadores. Os mesmos que fizeram um primeiro turno histórico foram ouvidos pela diretoria e determinantes na saída de Bruno Lage. Além disso, as lideranças do elenco deram o aval para a escolha de Lucio Flavio, com o auxílio do ex-companheiro Carli, dirigir o time nas 13 rodadas restantes, com vantagem de sete pontos como líder. A resposta dada pelo time não foi positiva, com o desempenho ainda em queda e resultados em falta.
Foram os resultados que fizeram a vantagem de 13 pontos para o vice-líder na virada do turno desaparecer. Atualmente, o Botafogo tem a terceira pior campanha do segundo turno, com 12 pontos, superando Coritiba (11) e América (9), os últimos lugares da série A e clubes já rebaixados. Se o Botafogo perder esse título brasileiro de 2023 ficará na história da competição como o conhecido “cavalo paraguaio”.