Com o objetivo de fortalecer as relações entre Brasil e Alemanha, debater novos investimentos, cooperar e gerar oportunidades de negócios para as indústrias mineira e brasileira foi realizado nos dias 13 e 14 de março, o 39º Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2023 (EEBA), em Belo Horizonte.
Participaram da abertura do evento, o vice-presidente e Ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB); presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban; o vice-chanceler e ministro da Economia e Ação Climática da Alemanha, Robert Habeck; o presidente da Federação das Indústrias Alemãs (BDI), Siegfried Russwurm; além do presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe; a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura; e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Temas como proteção climática, transição energética e digitalização foram tratados como estratégicos para o desenvolvimento da indústria nacional e considerados pilares da agenda bilateral entre Brasil e Alemanha. Além desses tópicos, a conclusão do tratado Mercosul-União Europeia (UE) e a modernização do Acordo de Dupla Tributação (ADT) são as prioridades das indústrias, dos dois países, como medidas para aprofundar as relações econômicas entre as nações.
De acordo com Ricardo Alban, a implementação do acordo Mercosul-UE será muito positiva porque facilitará a diversificação das exportações e a ampliação da rede de parceiros comerciais nos países que integram os dois blocos. “Ajudará, ainda, a agregar valor às cadeias de produção e a incentivar o crescimento da economia e a criação de empregos nas duas regiões”.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, também ressaltou a necessidade de avançar com a conclusão do acordo, fortalecendo o bloco sul-americano, e com o novo ADT. “Nós vamos nos empenhar no Mercosul-UE. O presidente Lula (PT) teve uma importante agenda na Argentina para fortalecer o tratado. Também tivemos uma reunião há duas semanas, em Buenos Aires, para trabalhar nos detalhes”.
Alckmin também ressaltou que o parque industrial brasileiro tem grandes possibilidades de crescimento nos próximos anos, especialmente em decorrência da matriz energética renovável e da diversidade de serviços e produtos, o que, segundo ele, torna o país competitivo e atrativo para investimentos. “O Brasil tem a energia mais limpa do mundo, até o nosso combustível, ou é etanol ou é gasolina e etanol, e queremos avançar ainda mais. Minas Gerais tem experiência de hidrogênio verde e podemos produzi-la através do etanol, e isso abre uma enorme possibilidade de parceria com a Alemanha”.
Já o governador Romeu Zema destacou os investimentos em Minas Gerais e a atenção às questões climáticas e ambientais. “Temos avançado muito na pauta verde. Hoje, Minas é orgulhosamente o estado que mais gera energia fotovoltaica no Brasil. Somos o primeiro, do hemisfério sul, a assinar o compromisso Race to Zero, para eliminar ou reduzir substancialmente as emissões de gases de efeito estufa até 2050”.
Parceria entre os países
Para o vice-chanceler alemão, Robert Habeck, o EEBA coloca em evidência um momento de oportunidade para a relação Brasil-Alemanha e propício para avançar em diversas agendas estacionadas, principalmente após mudanças significativas no cenário geopolítico. “O mundo parece estar se isolando em blocos e esferas de poder, novas fronteiras políticas e econômicas. Eu acredito que as discussões aqui podem estreitar a relação e contribuir para que tenhamos uma mudança positiva”.
Ele complementa dizendo que as relações Brasil-Alemanha têm tradição e é uma parceria estratégica. “O Brasil está aproveitando as possibilidades e tenho muito respeito diante da grandeza das ações que estão sendo realizadas”. Em 2024, o encontro será na Alemanha em uma cidade que será definida e, no ano seguinte, será vez de Salvador, capital da Bahia, sediar o evento.
