O ex-governador Fernando Pimentel (PT) se enfureceu com os constantes ataques sofridos pelo atual governador mineiro Romeu Zema (Novo). Segundo assessoria do ex-chefe do Executivo, somente no mês de abril deste ano, foram feitos 254 posts nas redes Facebook, Instagram e Twitter. Pimentel foi citado 89 vezes, havendo também referência à administração anterior nos respectivos textos.
Semana passada, o petista decidiu acionar a Justiça contra Zema por entender que não faz sentido o dirigente estadual continuar criticando o passado. Na verdade, trata-se de sua pré-campanha ao governo de Minas, cujo adversário é o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) que, segundo avaliação de Pimentel, sequer foi mencionado nas aludidas mensagens nas redes sociais daquele período.
Suicídio de prefeitos?
A irritação de Pimentel aconteceu quando Zema concedeu entrevista a uma emissora de rádio e afiançou que foram registrados suicídios de prefeitos por conta de atrasos no repasse de verbas do Estado às prefeituras durante a gestão anterior. Foi neste ponto que se levantou o questionamento: quem são esses prefeitos que tiraram as suas próprias vidas, em quais municípios isso aconteceu, em qual período e, finalmente, o atual governador tem provas dessa sua declaração?
Após essas indagações, o ex-titular da Cidade Administrativa decidiu buscar o caminho da Justiça para inquirir esclarecimentos sobre o fato. À sua assessoria, Pimentel acrescentou: “Zema está em campanha e também no final de seu mandato. Por conta desta realidade quer a todo custo fazer política em cima do PT e de nossa administração, mas isso é coisa que ficou há 4 anos. Ele tem de mudar o seu discurso”, comentou.
Em vídeo nas redes, Pimentel foi enfático ao dizer que “o atual governador continua na sua insanidade, proferindo acusações falsas e afirmações mentirosas contra mim e o PT. Sua perversidade não tem limites. Chegou ao ponto de associar o suicídio – uma das maiores tragédias humanas – às suas críticas fantasiosas e absurdas”.
Pimentel lembrou o episódio em que o atual chefe do Executivo disse ser “importante deixar o vírus viajar pelo estado”, no início da pandemia que matou mais de 60 mil mineiros e mineiras. E concluiu anunciando o processo. “Já que não para de mentir e agredir a verdade, desta vez, Romeu Zema vai responder na Justiça por calúnia e difamação”.
Campanha vai esquentar
Essa ação judicial proposta contra o governador é o prenúncio de como será os bastidores da campanha eleitoral em Minas. Os embates entre o Partido Novo e o PT parecem se avizinhar. Por outro lado, as assessorias de Zema e Kalil estão preparando artilharia pesada para guerrearem nos próximos meses antecedentes ao pleito eleitoral deste ano.
Tudo isso pode ficar ainda mais complexo quando adentrar nas discussões os temas nacionais. Afinal, o radicalismo entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) já é motivo de discórdia constante, especialmente nos encontros ocasionais em barzinhos, nos eventos mais abertos e, sobretudo, nas redes sociais.