Mais uma vez Atlético e Cruzeiro estão prontos e preparados para duelo. O objetivo é conquistar o título de Campeão Mineiro. Para os dois uma rotina normal. Ao longo dos anos o galo já ganhou 43 campeonatos, a raposa 36, sobrando apenas 24 para os demais concorrentes. Computando as vezes que um dos dois ficou em segundo chegamos a números absurdos. Uma hegemonia impressionante.
Não é caso exclusivo de Minas. Em grande parte do Brasil acontece a mesma coisa. Melhor, em grande parte do mundo acontece a mesma coisa. Alguns poucos times conquistando tudo e um batalhão de outros apenas correndo atrás do sonho. Um lindo filme com poucos protagonistas e milhares de figurantes.
A explicação para tamanha desigualdade é simples. Pode ser aplicada em qualquer lugar, mas vamos nos ater apenas ao nosso futebol doméstico. Temos aqui somente dois clubes realmente grandes. A primeira pista fica no terreno financeiro. Atlético e Cruzeiro faturam muito mais do que os concorrentes juntos.
Isto representa maior poder de investimento em estrutura física, mais recursos em todas as áreas, melhores profissionais a disposição e principalmente na formatação de elencos em maior quantidade e obviamente de melhor qualificação, fabricando talentos e buscando no mercado os grandes ídolos.
E o mais importante, a força mágica dos seus torcedores. De geração em geração milhares de pessoas lotam estádios, gritam, cantam, agitam, empurram o time, fazem a roda girar comprando produtos e serviços. Um imenso público consumidor que atrai os mais variados patrocinadores. Torcedores apaixonados cujo número cresce cada vez mais.
Do outro lado, os concorrentes tiram leite de pedra para montar suas estruturas e contratar bons jogadores. Normalmente formam elencos limitados e quando aparece algum destaque passam logo nos cobres para salvar o orçamento ou quitar dívidas.
Até começam bem nas competições. O entusiasmo ajuda, mas aos poucos, com as contusões, suspensões e falta de grana vão perdendo força. Não contam também com grande número de torcedores para ajudar e incentivar.
Não existe solução fácil para o problema. Pior, a cada ano a distância só aumenta. Muitos planos e projetos já foram tentados. Esbarra sempre na absoluta falta de recursos financeiros para bancar algo diferente.
Pode ser que no futuro distante o milagre aconteça. Quem sabe a economia deslanche, Minas cresça de verdade, apareça novos empreendedores dispostos a investir pesado nos outros times. Em especial nos tradicionais times do nosso imenso interior. Não custa nada sonhar. Enquanto isso, vamos vivendo o presente. O momento é agora. Os melhores craques já estão devidamente preparados. A emoção vai transbordar mundo afora.
Atlético e Cruzeiro não tem culpa de nada. Pelo contrário, são grandes e poderosos porque souberam construir com alicerces fortes as suas histórias. Não estão em mais uma final por acaso ou ajuda estranha. Merecem com todos os méritos os lugares que ocupam.
O importante mesmo é que o duelo final seja limpo e grandioso dentro e fora do estádio. Que a paz e o bom senso tome conta dos torcedores. O futebol mineiro vive um domingo de gala.
Guarde o seu sorriso e a sua energia. Quem sabe logo mais você poderá soltar o grito de campeão. Boa sorte.