Tradicionalmente, as festas de fim de ano são sinônimos de alegria, confraternização e muitos presentes. Entretanto, no mês em que o mundo completa pouco mais de um ano de pandemia, a maior parte das pessoas (59%) declarou que a forma como celebrarão o Natal e o Ano Novo de 2020 será muito diferente dos anos passados, especialmente entre os que têm filhos (62%). É o que aponta pesquisa do Instituto Ipsos.
De acordo com o levantamento com entrevistados de 16 países, incluindo o Brasil, o sentimento de animação e alegria que usualmente permeia as datas está em falta: apenas 33% estão animados com as festas de dezembro; 33% estão desanimados e 34% dos entrevistados no mundo não souberam responder.
No momento em que o Brasil e vários outros países enfrentam uma nova ascensão de casos de COVID-19 e no número de mortes diárias, uma parte significativa das pessoas considera fora de cogitação as reuniões familiares para degustar a ceia natalina. Isso porque 35% dos participantes disseram que só voltarão a realizar encontros sociais após serem vacinados contra o novo coronavírus. No Brasil, o índice foi ainda mais prudente: 39% declararam participar de atividades sociais somente depois da vacina.
Passar as festas de fim de ano sozinha foi uma decisão altruísta, mas difícil, para a comerciante Jussara Primo. “Eu amo as festas desse período do ano e como trabalho muito, também é um momento de mini-férias, mas recusei um convite para passar Natal e Ano Novo com uns amigos, quase parentes, que eu amo. A minha consciência está me dizendo que devo passar sozinha porque trabalho na rua, tenho contato com muita gente o dia todo e não tenho como fazer um isolamento antes da festa. O principal para mim é que na casa dos anfitriões, mora o avô, de 95 anos. E se passo alguma coisa pra ele? Não quero levar essa culpa!”, desabafa a mineira.
Outra tradição natalina que também deve ser afetada pela pandemia do novo coronavírus é a troca de presentes. Mais da metade dos ouvidos pela pesquisa (54%) afirmou que comprará menos nesta temporada de festas. Considerando só o Brasil, são 64% dos entrevistados. Além disso, o impacto no bolso levará 82% das pessoas ao redor do mundo e 90% dos brasileiros a procurarem por lojas com descontos na hora de fazerem suas compras.
Nesse quesito, Jussara afirma que os presentes resistirão. “Sempre presenteio meus sobrinhos e afilhados e vou dar um jeito de entregar todos, com máscara, sem contato e mandar desinfectar tudo. Além deles, esse ano vou presentear esse meu casal de amigos que, de toda forma, lembraram de mim. Foi um ano muito difícil, a coisa que mais quero é quem eu amo bem e com saúde em 2021, o resto é resto, vou encarar como mais um dia da pandemia”, conclui.