O videogame deixou de ser apenas uma brincadeira para se tornar um esporte que atrai o interesse de muitas pessoas. Uma prova é que, pela primeira vez, o Museu do Videogame Itinerante, uma ideia criada, em 2011, pelo jornalista Cleidson Lima, pisa em solo mineiro. “Nós estamos ansiosos para levar todo nosso acervo e as atrações para o público de Minas, que já pedia isso há muito tempo. Parece que o gosto pela tecnologia está no DNA do estado, onde há grandes polos do setor”.
Lima revela que, para BH, estão sendo preparadas novidades. “Uma das principais atrações será uma etapa do Just Dance Challenge, que é uma competição que acontece na América Latina. Trata-se de um jogo em que os participantes imitam os dançarinos do game por meio de sensores que captam o movimento do corpo. O campeão mundial da competição é brasileiro. Quem sabe agora não é a vez de um mineiro assumir esse posto e levar o campeonato latino americano pra casa?”, brinca.
Ele acrescenta que a exposição é para todas as pessoas. “Gratuita e aberta para os mais diferentes públicos, basta chegar. É um momento divertido, repleto de conhecimento e interatividade”.
Início dos jogos
Você já imaginou ter mais de 250 videogames em casa? Era exatamente esse o tamanho da coleção de Lima. “Sempre amei os games, mas, na minha casa não tinha espaço para mais nada. Foi aí que minha esposa me deu um ultimato: ‘ou você leva o seu acervo para algum lugar ou sai com ele (risos)’. Mostrei quem manda na casa e decidi que era hora de levar minha coleção para outros lugares. Foi assim que nasceu o Museu do Videogame Itinerante”, informa.
Essa história começou a ser escrita em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, cidade natal do colecionador. “A princípio foi uma exposição, mas a ideia deu tão certo que registrei e descobri que estou à frente do primeiro museu de videogames do Brasil. Em 2015, começamos a rodar o país com o acervo e o projeto virou um sucesso. Hoje, batemos a marca de 5 milhões de visitas anualmente”.
Para ele, a ideia reforça que o videogame não é só uma brincadeira. “Tenho 47 anos e a vida toda amei jogar. Eu e milhares de pessoas têm inúmeras histórias para contar acerca dos games. O mercado tende a se fortalecer porque a minha geração – que praticamente nasceu junto com o brinquedo -, já jogou muito e, agora, passa esse gosto para os filhos e netos”.
O projeto promove uma imersão na história dos games. “O museu não é só para olhar, mas para interagir. Alguns videogames expostos são jogáveis, outros não. Os participantes vão se deparar com o primeiro videogame fabricado no mundo, que é o Magnavox Odyssey. Além dos modelos antigos, há também os que marcaram gerações, como o Super Nintendo, e os que ainda marcam, como o Playstation”.
Além disso, o museu mostra a evolução da tecnologia. “Antes, a interação do videogame era só com a TV. Hoje, através dos óculos de realidade virtual, a pessoa consegue imergir naquele universo como se ela fizesse parte do jogo. Muita gente pensa que museu é apenas para coisas antigas, mas não é. Nosso objetivo é contar uma história e ajudar a preservá-la também”.