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Venda de imóveis tem aumento de 19,7% no acumulado do ano

Mais de 290 mil moradias foram comercializadas / Foto: Divulgação-Agência Brasil

 

Em todo o Brasil foram comercializadas, de janeiro a setembro deste ano, 292.557 moradias, um aumento de 19,7% se comparado com o mesmo intervalo de 2023. Houve crescimento também nos lançamentos, foram 259.863 unidades residenciais, um avanço de 17,3%. Os dados são da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Nos últimos 12 meses (outubro de 2023 a setembro de 2024), foram 379.812 unidades vendidas (+16,6%) e 360.771 lançadas (+12,7%). No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o Valor Global de Vendas (VGV) somou R$ 163 bilhões, 21% a mais que o registrado no mesmo período de 2023, R$ 135 bilhões. Em 12 meses foram R$ 215 bilhões em vendas, 23% a mais que nos 12 meses anteriores.

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o Valor Geral de Lançamentos (VGL) foi de R$ 146 bilhões, 13,4% a mais que de janeiro a setembro de 2023, com R$ 129 bilhões. Nos últimos 12 meses foram R$ 210 bilhões em lançamentos, alta de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

O economista e conselheiro da CBIC, Celso Petrucci, destaca que o número de vendas acumulado nos últimos doze meses, mostra que os lançamentos estão sendo feitos com bastante aderência. “E que a demanda por moradia, lembrando que estamos tratando dos empreendimentos verticais, continua muito forte”.

“A conjuntura tem permitido ao mercado crescer de forma significativa em relação a 2023. Esse avanço foi impulsionado por ações das empresas do setor e uma conjuntura favorável, como as políticas adotadas em relação ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no âmbito do Minha Casa, Minha Vida”, ressalta o economista.

Já o vice-presidente de Banco de Dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), Marcos Kahtalian, pontua que existem outros fatores que influenciaram nesses números. “Como os macroeconômicos que ajudam a justificar esse crescimento e a taxa de desocupação que atingiu o menor índice desde 2012. Ou seja, o trabalhador e as famílias empregadas estão com renda nominal acima do ganho real”.

“Isso obviamente puxa as vendas, pois o consumidor empregado e com renda crescente, consequentemente vai às compras. O que faltava era ter crédito. Temos também o crescimento da economia, que tem previsão de fechar em 2024 acima de 3%, quando no início do ano era esperado fechar com 1,5% ou 1,6%”, acrescenta.

 

Terceiro semestre

Segundo a CBIC, o setor imobiliário registrou o crescimento de 20,1% no número de lançamentos e de 20,8% nas vendas de unidades habitacionais verticais em comparação com o mesmo período de 2023, no terceiro semestre de 2024. Foram lançadas 95.063 unidades verticais (apartamentos) durante o período nas 221 cidades analisadas (incluindo as 27 capitais e principais regiões metropolitanas). Já as vendas somaram 105.921, um recorde desde o início do levantamento em 2016.

Conforme o estudo, com o montante de R$ 57 bilhões comercializados no 3º trimestre de 2024, o VGV foi 16% maior que no mesmo intervalo de 2023 (R$ 49 bilhões). Já o VGL do 3º trimestre de 2024 é 14% maior que o mesmo período de 2023 (R$ 46 bilhões), registrando R$ 53 bilhões.

 

Mercado em 2025

Apesar do desempenho expressivo, a CBIC alerta para desafios que podem comprometer o ritmo do mercado em 2025. “Entre as principais preocupações estão a manutenção do orçamento do FGTS, já pressionado pela demanda crescente, e o impacto do desequilíbrio fiscal nas taxas de juros, que encarecem o crédito habitacional e os recursos livres para financiamentos”, explica o vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC, Ely Wertheim.

“Além disso, o aumento nos custos, especialmente com mão de obra, pode reduzir as margens das empresas, enquanto a atratividade da renda fixa afeta o mercado de investidores. Para sustentar o crescimento, o setor defende medidas estruturais de controle fiscal e políticas que garantam o acesso ao crédito em condições competitivas. A pesquisa mostra uma fotografia positiva, mas temos um cenário desafiador para 2025. Não apenas pelas taxas de juros, mas também pelo funding”, observa Wertheim.