Em 2025, os pais e responsáveis por crianças matriculadas nas escolas infantis de Belo Horizonte terão que enfrentar um cenário de aumento nos custos educacionais. Um levantamento realizado pelo Mercado Mineiro revelou que a matrícula, mensalidade, material e lanche nas instituições de ensino infantil sofrerão elevações significativas, impactando diretamente o orçamento das famílias da capital mineira.
O valor médio da mensalidade do maternal no turno da manhã passou de R$ 1.439,50 para R$ 1.568,59, representando um aumento de 8,97%. No turno da tarde, o preço subiu de R$ 1.417,91 para R$ 1.563,49, com um crescimento de 10,27%. Já no período integral, a mensalidade média aumentou de R$ 2.219,41 para R$ 2.386,97, o que corresponde a um reajuste de 7,55%. A mensalidade no turno da manhã pode variar de R$ 623 a R$ 2.630, o que representa uma diferença de 322%. Para o turno da tarde, os valores ficam entre R$ 675 e R$ 2.630, com uma variação de 289%. Já no período integral, os custos podem ir de R$ 885 a R$ 3.973, com uma diferença de 348%.
O valor da matrícula do maternal teve um aumento, passando de R$ 1.361,30 para R$ 1.534,73, o que representa uma elevação de 12,74%. A taxa de material também registrou crescimento, subindo de R$ 502,08 para R$ 556,67, com uma variação de 10,87%. O valor da matrícula no maternal varia de R$ 675 a R$ 2.630, com uma diferença de 289%. A taxa de material escolar pode ser de R$ 345 a R$ 830, apresentando uma variação de 140%. Já a taxa de lanche vai de R$ 210 a R$ 418, com uma diferença de 99%.
Para os berçários, a mensalidade média no turno parcial aumentou de R$ 1.335,90 para R$ 1.390,30, um reajuste de 4%. No período integral, o valor da mensalidade passou de R$ 2.152,27 para R$ 2.260,11, registrando um aumento de 5%. De acordo com o estudo, a mensalidade dos berçários em período integral varia entre R$ 896,40 e R$ 4.841, o que representa uma diferença de 440%. Já no turno parcial (geralmente das 7h às 13h), que inclui almoço, banho, seguro escolar, atividades pedagógicas e dois professores por turma, os valores vão de R$ 545 a R$ 2.560, com uma variação de 370%.
O consultor financeiro Guilherme Ferraz explica que a inflação dos últimos anos impactou diretamente o custo de insumos, como materiais pedagógicos, alimentos e produtos de higiene. “Além disso, o reajuste salarial dos funcionários, especialmente dos educadores e auxiliares, também contribui para o aumento. As escolas infantis precisam equilibrar esses custos elevados para manter a qualidade do ensino e das atividades. O crescimento dos custos operacionais das instituições, como manutenção de infraestrutura e atualização de recursos tecnológicos, também influencia nos preços”.
Ele cita que o aumento nos custos de educação infantil é uma preocupação crescente entre os pais e responsáveis, que já enfrentam desafios financeiros devido ao custo de vida elevado. “É importante planejar o orçamento familiar, considerando os novos custos e buscando alternativas para cortar gastos em outras áreas. Uma opção é procurar por escolas que ofereçam mensalidades mais acessíveis ou que tenham pacotes de descontos para irmãos, o que pode ajudar a reduzir o impacto financeiro”.
“Além disso, negociar com a escola sobre formas de pagamento, como parcelamentos ou prazos mais longos, pode ser uma solução. Os pais também podem investigar programas de bolsas de estudo ou subsídios oferecidos por instituições públicas ou privadas. Pesquisar e comparar as diferentes opções de escolas também pode ajudar a encontrar a melhor relação custo-benefício, sem comprometer a qualidade do ensino”, completa.
A secretária Rita Oliveira, conta que, com dois filhos, está com dificuldades em arcar com as mensalidades das escolas. “Um terá que ir para o berçário no ano que vem e o outro vai para o maternal II e, com o aumento nos preços, ficou quase impossível pagar a escola para os dois. Para amenizar terei desconto por serem dois irmãos na mesma instituição, mas mesmo assim fica caro. Tenho buscado também programas de bolsas de estudo para melhorar a situação. Os materiais também são um problema, as listas parecem que aumentam o valor a cada ano”.