O setor de panificação de Minas Gerais deve fechar o ano de 2024 com um crescimento mínimo de 7% em relação ao ano anterior. A expectativa é do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão). Fatores como a mudança nos hábitos de consumo da população e modificações na gestão das padarias devem influenciar o resultado.
“Vários estabelecimentos estão trabalhando para serem mais produtivos e investindo em evolução tecnológica. Outros empresários estão ofertando menos itens, mas os seus produtos possuem uma qualidade superior”, destaca o presidente da Amipão, Vinícius Dantas.
Sobre o movimento nas mais de 34 mil padarias mineiras para a compra de itens utilizados nas confraternizações de final de ano, como Natal, Ano Novo e as celebrações nas empresas, Dantas espera que a época seja de boas vendas. “Além do significado das datas, o pagamento do 13º salário deve influenciar em maior fluxo nos estabelecimentos, fazendo as pessoas consumirem um pouco mais. A perspectiva é positiva, até porque é uma característica do setor prestar serviços que são correlatos à época, como o panetone”.
O presidente da Amipão lembra que itens sazonais acabam sendo vendidos mais pela sua qualidade do que apenas pelo preço. “Às vezes, o consumidor considera que o mais importante é a qualidade. É necessário que os donos de padarias entendam a capacidade econômica da população em sua área de atuação. O estabelecimento que conseguir fazer isso fica em uma situação favorável com seus clientes”.
Ele ressalta que o setor vem trabalhando na diversificação das mercadorias aos consumidores, principalmente aquelas que compõem a ceia de Natal. “As padarias têm se especializado em itens como farofas e carnes. Produtos pré- -assados também são oferecidos para estimular o cliente a finalizar o preparo em casa”.
Expectativas para 2025
Para o próximo ano, Dantas acredita que seja de boas vendas para o setor de panificação. “As padarias estão se tornando a melhor loja de conveniência da cidade. No pós-pandemia, as pessoas buscam compras rápidas e produtos frescos, o que tem agregado bastante ao setor. Estamos trabalhando para melhorar a gestão e o atendimento, a fim de trazer novamente os clientes às padarias”.
Desafios
Uma das dificuldades que o setor vem enfrentando é a falta de mão de obra qualificada, conforme aponta Dantas. “Queremos que os mais jovens venham trabalhar com a panificação. Para manter aqueles que estão conosco há mais tempo, estamos remunerando um pouco melhor, o que representa um custo importante para nós”.
“A energia elétrica, que é a segunda maior despesa de uma padaria, sempre pesa em nosso consumo. Os aumentos na conta de luz, decorrentes da falta de atualização do parque e da manutenção das redes, continuam a penalizar o setor. Por outro lado, o trigo, neste ano, não teve reajustes”, finaliza.