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Galo e Cruzeiro: Rivais sim, inimigos não!

Todos nós sabemos que a rivalidade entre Atlético e Cruzeiro é uma das maiores do Brasil. Um dos confrontos mais emocionantes e espetaculares do futebol mundial. Mas se engana quem pensa que essa centenária rivalidade é sinônimo de brigas, violência e desrespeito.

No início de outubro, Belo Horizonte foi palco de um encontro histórico entre os dois maiores clubes do Estado de Minas Gerais. Os bem-sucedidos Rubens Menin, sócio majoritário do Clube Atlético Mineiro, e Pedro Lourenço, principal acionista da SAF Cruzeiro, participaram de um painel no evento Imersão Indústria, no Minascentro, onde discutiram a administração esportiva e os desafios do futebol moderno. O debate, intitulado “Bola na rede: gestão de negócios que vira jogo”, destacou a importância de uma gestão empresarial eficiente para garantir a sustentabilidade dos clubes.

Apesar da rivalidade intensa dentro das quatro linhas, ambos os empresários concordaram que fora de campo, a cooperação é essencial para fortalecer o futebol mineiro. “A rivalidade existe e sempre vai existir, mas, fora do campo, precisamos nos unir para defender Minas Gerais no cenário nacional”, afirmou Pedro Lourenço, mais conhecido como Pedrinho do Supermercado BH. “Não vamos permitir que Rio e São Paulo tirem Minas do mapa do futebol”, salientou.

O competente empreendedor Pedrinho, que trouxe sua experiência do setor supermercadista para o comando do Cruzeiro, ressaltou que sua gestão é baseada na eficiência e no corte de custos. “Minha missão é cuidar das finanças e tomar decisões que beneficiem o clube. Administrar um clube de futebol é muito diferente de gerir supermercados, pois a pressão dos 12 milhões de torcedores é intensa e diária. São clientes ansiosos que esperam resultados imediatos, mas estou confiante de que estamos no caminho certo”.

O vitorioso e apaixonado pelo Galo, Rubens Menin, também abordou a necessidade de uma gestão equilibrada entre razão e emoção. “O futebol faz parte da indústria do entretenimento, e precisamos tratá-lo como uma empresa. Cada decisão tem que ser ponderada e responsável, porque, se uma empresa tem prejuízo constante, ela quebra. O mesmo vale para o futebol”, afirmou, enfatizando que a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) foi fundamental para a recuperação financeira dos clubes. “Sem a SAF, tanto o Atlético quanto o Cruzeiro poderiam não existir mais”, destacou.

Menin enfatizou ainda o papel do Brasil como um dos maiores formadores de talentos no futebol mundial, mas lamentou a dificuldade em manter os jogadores no país. “Estamos formando atletas para serem vendidos a times europeus. Precisamos criar um ambiente que favoreça a permanência desses talentos aqui, desde suporte nutricional até o psicológico, para que o Brasil volte a ser o maior palco do futebol mundial”.

Esse encontro marca uma nova fase para o futebol mineiro. Os dois maiores clubes de Minas unidos por um futebol mais forte, respeitado e sendo destaque no cenário nacional e internacional. Rivais sim, inimigos jamais!