A fim de estimular a participação dos pequenos negócios mineiros no mercado internacional, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou o projeto “Sebrae Exporta” no dia 3 de junho, cujo evento contou com a presença de 12 compradores de quatro países (Chile, Colômbia, Panamá e Peru), com relações previamente estabelecidas com o mercado brasileiro.
De acordo com o levantamento feito pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/MDIC), Minas Gerais ficou em quarto lugar entre os estados com o maior número de empreendimentos de pequeno porte que mais venderam para outros países. Além disso, das 28,5 mil empresas no Brasil que exportaram em 2023, 40% eram pequenos negócios. Apesar da representatividade, o valor comercializado desses empreendimentos foi de apenas 0,8% do total exportado (US$ 339,6 milhões) no período.
“Os pequenos negócios têm participação fundamental na geração de empregos, e representam cerca de 95% de todas as empresas no país. Entretanto, respondem por menos de 1% do total das vendas externas brasileiras. Queremos mudar essa realidade, criando oportunidades para que as empresas mineiras possam construir relacionamentos comerciais duradouros e parcerias estratégicas fora do Brasil, contribuindo para a competitividade a longo prazo”, explicou o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
A metodologia do programa consiste em analisar o perfil dos negócios para exportar e sua oferta de produtos para o mercado externo. Após isso, terá a preparação das micro e pequenas empresas para o encontro com os potenciais compradores e a realização da Rodada de Negócios.
A previsão é que o programa contemple polos e arranjos produtivos e/ou grupos de empresas mineiras com finalidades econômicas em comum, que estejam organizadas em nível de maturidade e estrutura para atender o mercado externo. Entre os setores que poderão ser beneficiados em Minas Gerais estão a apicultura e produtos agropecuários em geral, indústria da moda, além de serviços de tecnologia da informação e saúde.
Projeto-piloto
A iniciativa começou a oito meses em Nova Serrana e teve o apoio do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova). O município mineiro é um dos principais polos calçadistas do Brasil e, em 2023, foi o que mais gerou empregos no setor, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Porém, dos 105 milhões de pares de calçados produzidos anualmente, apenas 5% são vendidos para fora do país, o que corresponde a cerca de US$ 40 milhões por ano. Além disso, as empresas já sentem a retração do mercado internacional.
O presidente do Sindinova, Ronaldo Andrade Lacerda, se mostrou confiante com o programa. “Estamos em um momento propício para crescer, ganhando representatividade e atendendo clientes mais qualificados no Brasil. O ‘Sebrae Exporta’ chega para impulsionar as exportações, melhorando os processos e a qualidade dos produtos, consequentemente, aumentando nossa competitividade no exterior. Nessa Rodada de Negócios, a expectativa de venda é de pelo menos 10% do valor exportado anualmente. É um mercado que se mostra muito aberto, principalmente na América Latina”.
Para Souza e Silva, é crucial o esforço conjunto de iniciativas públicas e privadas para ajudar os pequenos negócios a superar esses desafios iniciais e impulsionar suas exportações. “Como por exemplo, proporcionar um ambiente favorável, oferecendo incentivos fiscais, acesso à linhas de crédito, programas de capacitação e suporte logístico a esses empreendimentos. Com esse apoio, será possível superar as barreiras burocráticas e alcançar um crescimento sustentável dos pequenos negócios”.
