Não é à toa que o presidente Lula (PT) escolheu Geraldo Alckmin (PSB) como seu vice e também para comandar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O cargo é de extrema importância e o escolhido precisa lidar com alguns desafios. Na última década, o parque industrial brasileiro tem perdido densidade e registrado crescimento percentual próximo de zero. Isso compromete a geração de empregos e a melhoria da renda, sem contar que favorece a importação de produtos fabricados nos quatro cantos do mundo, com o intuito de atender a nossa demanda interna.
Em longo artigo publicado semana passada na imprensa nacional, o doutor em economia Paulo Gala, do alto de sua experiência, sentencia: “não existe outro caminho para se desenvolver, aumentar a renda per capita, enriquecer e reduzir as desigualdades que não seja avançar no domínio tecnológico”.
Aqui em Minas Gerais, existe uma saturação de áreas que antes se destinavam ao incentivo de indústrias. Inclusive, a ex-badalada Cidade Industrial de Contagem, hoje tem dificuldades de expansão por conta de uma logística complexa diante do crescimento urbano no entorno da área, comprometendo o sistema de transporte e o devido escoamento dos produtos ali fabricados. Especificamente em Belo Horizonte, já não se fala sequer qual destino tomou o Parque Industrial, lançado ainda no governo Tancredo Neves, através da antiga Companhia de Distrito Industrial (CDI), atualmente incorporada à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Faltam atrativos e um centro catalisador de produtos, bens, serviços ou outras modalidades que induzem o desenvolvimento em larga escala.
Para especialistas, os países ricos têm o domínio tecnológico. Mas, para levar a efeito essas ponderações dos economistas, é preciso saber quais ações serão implementadas por Alckmin. Neste sentido, são vários os caminhos a serem percorridos, um deles é prestigiar o parque industrial brasileiro, reforçando uma política pública de incentivos, mediante financiamentos, redução de impostos e parcerias com multinacionais, especialmente no tangente à indústria de transformação. Só para rememorar, o Brasil tem agora a oportunidade de transição verde, da sustentabilidade. Já somos um dos maiores players mundiais em etanol e energias a partir de biomassa, e temos, ainda, grande potencial para o hidrogênio verde.
As reivindicações de profissionais do ramo apontam para a necessidade de políticas públicas capazes de turbinar as empresas do país para que elas consigam galgar espaços tecnológicos. Em geral, os influenciadores econômicos indicam a urgente necessidade de se desenhar uma agenda de reindustrialização, com metas e projetos, usando, se necessário, o Banco de Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outras fontes para a promoção do desenvolvimento verde.
Não há necessidade de nada muito complexo na busca por alternativas para minimizar a atual estagnação, basta seguir o fluxo da razoabilidade. Uma das saídas é criar junto ao poder público e iniciativa privada condições para tornar as empresas brasileiras mais competitivas, nivelando a igualdade de condições para concorrer no mercado internacional.