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Existem mais de 100 mil drones sobrevoando o céu brasileiro

No último dia 23, o Aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, ficou inoperante por 20 minutos por causa de um drone que sobrevoava a área operacional do lugar de maneira indevida. A aeronave não tripulada saiu do local e a PM e a segurança do aeroporto não a encontraram.

Seja para uso recreativo ou profissional, os drones estão cada vez mais populares no Brasil. Estima-se que, atualmente, existem mais de 100 mil aeronaves não tripuladas sobrevoando o país. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) registrou, até o início de 2018, mais de 34 mil drones e 1,8 mil empresas do ramo. De acordo com os últimos dados divulgados pela Gartner, deverão ser movimentados mais de US$ 11,2 bilhões até o ano de 2020 neste mercado.

O que poucas pessoas sabem é que, a fim de evitar incidentes como o que aconteceu no aeroporto, existem regras para o uso dos drones. É o que explica o engenheiro cartógrafo e especialista na área de comunicação, disseminação das geotecnologias e drones Emerson Granemann. “Os drones acima de 250 gramas tem que ser registrados junto a Anac e, como se comunicam por meio de rádio, a frequência precisa ser homologada na Anatel”.

Ele acrescenta que é preciso comunicar ao departamento de controle aéreo quando uma aeronave não tripulada for voar. “Além disso, o objeto não pode sobrevoar aeroportos, penitenciárias e estações de energia. Por isso é necessário uma autorização que pode ser dada instantaneamente, ou não, dependendo da área que a pessoa for pilotar”.

Ademais, os drones só podem voar com o piloto a mais de 30 metros de distância da projeção do objeto para o chão. “Sendo assim não se pode pilotar perto de aglomerações. A não ser que as pessoas estejam cientes, por exemplo, um show em espaço privado, onde os participantes são avisados no ato da compra do ingresso”.

Segundo o engenheiro, todas as regras foram feitas para evitar acidentes. “Há punições para quem descumprir. O dono da aeronave não tripulada passa por processo administrativo e pode ser multado. Em casos como o do aeroporto, ele pode, inclusive, sofrer uma ação penal por manusear em área que coloca a vida das pessoas em risco”.

Para Granemann, falta uma conscientização dos usuários. “O objeto é instrumento de trabalho para algumas pessoas. Porém, o grupo que o usa por lazer é maior. E quem realmente precisa acaba ficando prejudicado pelo descumprimento das regras”.

Ele ainda faz uma analogia. “Imagina se quando os carros foram inventados nãohouvesse normas e formação para dirigir? Hoje, estamos no trânsito e há várias formas de fiscalizar, com os drones está acontecendo algo parecido”.